Governo israelita sobre Busha: tomar populações civis como alvo é "crime de guerra"

por RTP
O ministro Yair Lapid (à esq. ) como o primeiro ministro Naftali Benett Baz Ratner, Reuters

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros condenou a Rússia, atribuindo-lhe o massacre de Busha e declarando, genericamente, que "causar intencionalmente dano a uma população civil é um crime de guerra". Israel tem sido frequentemente acusado de acções semelhantes na Palestina.

O chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, manifestou-se sobre os massacres de Busha na noite de domingo através de um tweet, que constitui uma inovação do ponto de vista da política externa israelita, até aqui muito contida no que diz respeito à invasão russa da Ucrânia.

Lapid justifica a aparente viragem, dizendo que "é impossível permanecer indiferente às imagens horríveis da cidade de Busha".


Já anteriormente o embaixador israelita na Ucrânia, Michael Brodsky, se tinha pronunciado no mesmo sentido, também via Twitter, afirmando que os cadáveres descobertos em Busha provam um crime de guerra e que este "não pode ser justificado".



Um dos principais factores inibitórios de uma condenação israelita tem sido o entendimento israelo-russo na Síria. A força aérea israelita tem o compromisso de avisar o comando militar russo antes de levar a cabo qualquer bombardeamento contra forças consideradas hostis, para garantir que o exército russo não é atingido.

Contudo, o ministro israelita da Defesa, general Benny Gantz, afirmou desta vez que a condenação do massacre de Busha pela diplomacia israelita não impedirá que a força aérea israelita continue a bombardear na Síria os alvos que deseja bombardear.
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