Investigação apresenta 237 razões para fazer amor

Desejo carnal, aliviar uma enxaqueca ou mesmo a vontade de transmitir uma doença ao parceiro, estão entre as 237 razões para fazer amor citadas num estudo que questiona o estereótipo das diferenças entre homem e mulher relativamente ao sexo.

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Homens e mulheres partilham afinal das mesmas motivações para ter relações sexuais, segundo uma pesquisa publicada no Archives of Sexual Behavior (Arquivos do Comportamento Sexual) do mês de Agosto.

Vinte das 25 principais razões apontadas pelos participantes eram iguais para os dois sexos, destacando-se, no primeiro lugar, a atracção física, seguida do desejo de ter prazer e de sentir-se bem.

O estudo foi realizado junto de 1.549 estudantes entre os 18 e 22 anos da Universidade do Texas e baseia-se nas respostas a um questionário que detalhava 237 razões que levam as pessoas a fazer amor.

A necessidade de "exprimir amor" e "demonstrar afeição" figuram igualmente entre os dez primeiros motivos para ter relações sexuais, tanto por parte dos homens como das mulheres.

Esta dimensão sentimental é, no entanto, mais referida pelas mulheres, que posicionam estes motivos nos 4º e 5º lugar da lista, do que pelos os homens (5º e 8º lugar).

"Este estudo desmonta o estereótipo segundo o qual os homens fazem amor por puro desejo carnal, ao contrário das mulheres que são sobretudo motivadas pelos sentimentos", sublinharam os autores da pesquisa, Cindy Meston e David Buss, professores de psicologia da Universidade do Texas.

Os investigadores começaram por pedir a 444 homens e mulheres entre os 17 e 52 anos que elaborassem uma lista de razões pelas quais, na sua opinião, as pessoas fazem amor.

As 237 seleccionadas foram mais tarde submetidas aos 1.549 estudantes de psicologia que participaram no inquérito.

" Descobrimos que as pessoas também fazem amor por razões absolutamente espantosas ", salientou Cindy Meston.

Os participantes indicaram, por exemplo, que tinham relações secxuais por "aborrecimento", para "ter uma promoção", "celebrar uma ocasião especial", "fazer desaparecer uma enxaqueca" ou ainda "sentir-se mais próximo de Deus".

A psicóloga mostrou-se surpreendida por esta última razão.

"A maior parte dos estudos referem que as pessoas religiosas experimentam muitas vezes problemas com a sua sexualidade", comentou, acrescentando que algumas teorias estabelecem uma ligação estreita entre o sexo e a fé religiosa.

Alguns dos motivos para fazer amor eram também "muito chocantes" como "o desejo de infectar alguém com uma doença sexualmente transmissível", adiantou a psicóloga.

O desejo de procriar apareceu apenas na 55ª posição da lista de motivos para ter relações sexuais.

Conhecer melhor os motivos que levam as pessoas a fazer amor deve permitir melhorar a educação sexual, elaborar estratégias mais eficazes para combater a transmissão da SIDA e de outras doenças venéreas e conceber melhores tratamentos psiquiátricos para as que têm problemas sexuais, explicou ainda Cindy Meston.

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