Uma investigação norte-americana revelou que vários cães especialistas na deteção de bombas estão a morrer na Cisjordânia devido a maus-tratos e negligência médica. Dos 100 cães enviados dos Estados Unidos, entre 2008 e 2016, pelo menos dez morreram com "vários problemas médicos". Ainda assim, os Estados Unidos decidiram enviar mais.
Um relatório norte-americano, publicado na semana passada, revelou o alto grau de maus-tratos que estes animais sofrem. Dos 100 cães enviados dos Estados Unidos para a Jordânia, entre 2008 e 2016, pelo menos dez morreram.
"[Os cães] perderam a vontade de trabalhar", revelou esse relatório.
Os dados indicaram ainda uma alta taxa de mortalidade, falta de assistência médica e instalações insuficientes.
"A polícia está a perder os cães com frequência para a doença e não tem os cuidados médicos necessários para tratá-la ou para manter os caninos saudáveis", escreveram as autoridades no relatório.
Apesar das conclusões de há dois anos, o programa continuou a ser financiado. Segundo o relatório, pelo menos 60 cães altamente qualificados para deteção de explosivos foram enviados até ao ano passado.
De acordo com o Washington Post, o Departamento não interrompeu o programa devido aos "esforços relacionados à segurança nacional focados na proteção dos interesses americanos".
“Ajudar a Jordânia no combate a ameaças terroristas seria impactado negativamente por essa medida", revelaram as autoridades dos Estados Unidos.
No entanto, o senador norte-americano Patrick J. Leahy já pediu ao Departamento de Estado para serem tomadas medidas que garantam boas condições para estes animais.
"Os fundos que fornecemos para ajudar países como a Jordânia, a localizar e remover bombas não explodidas, salvaram inúmeras vidas", revelou Leahy Patrick J. ao Washington Post.
“Os cães farejadores de bombas são indispensáveis neste processo, custam muito dinheiro para treinar e as suas vidas são colocadas em risco todos os dias no campo. É imperativo que eles sejam tratados adequadamente”, assegurou.