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Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito ao minuto

Jornalista detida em Teerão após entrevistar pai de Mahsa Amini

por Lusa
Wael Hamzeh - EPA

As autoridades iranianas prenderam hoje uma jornalista que entrevistou o pai de Mahsa Amini, jovem que morreu sob detenção policial e acusada de violar o código de vestuário islâmico, num caso que provocou protestos no país, segundo a ONG Hengaw.

De acordo com informações da ONG norueguesa Hengaw, a jornalista Nazila Marufian, da província do Curdistão tal como Amini, foi detida em sua casa e transferida para a prisão de Evin, na capital iraniana, Teerão.

O artigo com a entrevista ao pai de Amini, Amjad, foi publicado a 19 de outubro no website Mostaghel. "Não tenho intenção de cometer suicídio e não sofro de nenhuma doença grave", disse o pai da jovem na altura, numa tentativa de esclarecer quaisquer dúvidas caso fosse encontrado morto mais tarde.

O site retirou posteriormente o texto, em que Amjad assegurava ainda que a sua filha não tinha problemas médicos e acusava as autoridades de mentir.

A morte de Amini provocou motins e protestos em todo o país desde 16 de setembro. A jovem tinha sido detida pela polícia por não colocar o véu islâmico corretamente e foi alegadamente torturada e espancada. Embora tenha sido levada para o hospital após ter entrado em coma, morreu dois dias depois.

A escala dos protestos, descritos como motins pelas autoridades iranianas, não tem precedentes no Irão desde a revolução islâmica de 1979. De acordo com a ONG, estão também presas em Evin duas outras jornalistas, Niloufar Hamedi e Elaheh Mohammadi, que ajudaram a divulgar o caso de Amini.

O Comité de Proteção dos Jornalistas indicou que desde que os protestos começaram 54 jornalistas foram detidos, mantendo-se a maioria presos.

O Centro de Defensores dos Direitos Humanos o Irão (CHRI) afirmou que os jornalistas "estão a ser detidos sem respeito pelos procedimentos legais internacionalmente reconhecidos e podem enfrentar anos de prisão, caso sejam condenados".

Os protestos continuam nas ruas de várias cidades pela sétima semana consecutiva, apesar do aumento de repressão das autoridades iranianas, julgamentos e condenações à morte.

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