Júpiter tem um anel muito maior do que se pensava
Berlim, 30 Abr (Lusa) - O planeta Júpiter tem um anel como Saturno e é muito maior do que até agora se pensava, afirmam cientistas alemães e norte-americanos num estudo a publicar no próximo número da revista Nature.
Segundo estes investigadores dos Institutos Max-Planck (MPI), da Alemanha, e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, o anel de Júpiter é composto de partículas de pó e tem 640.000 quilómetros de diâmetro.
Os cientistas conseguiram medir pela primeira vez directamente as partículas de pó que orbitam em torno de Júpiter formando o anel, e cujo tamanho é de apenas um milésimo de milímetro, comparável às partículas do fumo de um cigarro.
Para realizar o estudo, os investigadores analisaram dados recolhidos pela sonda Galileu, que entre 1995 e 2003 orbitou em torno de Júpiter e acumulou informação sobre aquele planeta e os seus satélites.
Neste trabalho, apuraram também que a sombra de Júpiter desempenha um papel importante nas as órbitas das partículas que giram à sua volta.
Enquanto que na parte iluminada pelo Sol as partículas se carregam positivamente, na parte escura acontece o contrário, ficam com carga negativa, o que influi decisivamente no seu movimento, segundo o MPI.
Os resultados são muito importantes para compreender o funcionamento de todo o sistema de Júpiter, já que as partículas de carga positiva desempenham um papel relevante no nascimento dos planetas e, no caso de Júpiter, constituem um laboratório em que podem analisar-se processos astrofísicos.
Todos os grandes planetas têm anéis de partículas de pó ou rochas, mas no caso de Júpiter são tão finos que não podem ser observados da Terra através de telescópios e só foram descobertos pela primeira vez em 1970.
Os cientistas do MPI que participaram no estudo descobriram também recentemente, com a ajuda da sonda Cassini, o primeiro sistema de aneis num satélite. Concretamente em Rea, que gira em torno de Saturno.
CM