Moçambique. Testemunhas registam mortes e destruição de casas em Palma

por Lusa

Confrontos entre insurgentes e Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas em Palma provocaram um número não confirmado de mortos na zona baixa da vila e destruição de várias casas durante o fim de semana, disseram hoje residentes à Lusa.

As informações da população apontam para nove mortos, que segundo algumas fontes foram quatro civis e cinco rebeldes, enquanto outras apontam para a morte de nove civis e um número superior de insurgentes numa perseguição posteriormente encetada pelas FDS e que terminou já fora da vila sede de distrito.

Um residente disse ter perdido um familiar durante o ataque. A Lusa tentou obter informações junto das FDS, mas para já sem sucesso.

A agitação foi provocada por um grupo de rebeldes armados que entrou na zona baixa de Palma na noite de sábado para domingo e incendiou 14 casas no bairro Quelimane, referiram diferentes fontes, uma das quais residente numa das habitações.

A incursão resultou também na destruição de uma mesquita no bairro de Quilaua, acrescentaram.

As forças moçambicanas estão na zona e enfrentaram o grupo armado que deixou a vila pela zona que serve de acesso para Quionga, em direção a norte.

Problemas nas redes móveis desde domingo têm dificultado a comunicação com Palma, servindo de auxílio a zona de cobertura de Quitunda, seis quilómetros a sul, junto ao recinto do projeto de gás suspenso após o ataque a Palma de 24 de março.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

A anterior incursão contra Palma, em março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.

As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas aquele ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

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