Mulheres israelitas protestam contra incitamento à violação de palestinianas

por RTP
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Feministas israelitas protestaram por carta junto da Universidade de Bar-Ilan, conhecida como baluarte da direita israelita mais radical, contra a entrevista em que um dos seus académicos, Prof. Mordechai Kedar, afirmara que a única forma de dissuadir atentados palestinianos seria violar as familiares dos bombistas.

Segundo citação do diário israelita Haaretz, a carta das feministas, dirigida ao presidente da Universidade, rabino Daniel Hershkowitz, protesta contra Kedar pelas suas “palavras de incitamento, que atribuem legitimidade a soldados do Exército israelita ou a civis israelitas para cometerem violações, [palavras] que põem em perigo tanto mulheres israelitas como palestinianas".

E acrescenta: "As palavras de Kedar fazem-se eco de expressões que tratam a violação como um remédio, embora se trate de um crime de guerra".

Kedar, por seu lado, recusou comentar a tormenta que a sua entrevista desencadeou. Optou, em alternativa, por emitir uma declaração, assinada por si próprio e por mulheres porta-vozes da Universidade de Bar Ilan.

A declaração afirma que Kedar "evidentemente não apela a combater o terror, a não ser por meios legais e morais". E explica que ele apelnas "quis ilustrar que não existem meios para deter bombistas suicidas e, usando uma hipérbole, deu como exemplo a violação de mulheres".

A declaração prossegue afirmando: "Para dissipar quaisquer dúvidas: as palavras do Dr. Kedar, não contêm - Deus nos livre, uma recomendação para cometer tais acções desprezíveis. A intenção era descrever a cultura de morte das organizações terroristas. O Dr. Kedar estava a descrever a amarga realidade do Médio Oriente e a incapacidade de um país moderno, liberal e respeitador da lei para combater o terror dos bombistas suicidas".
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