Navio-escola Sagres. Diário de Bordo 17 de fevereiro

por Sofia Leite (jornalista) e Filipe Valente (repórter de imagem) - RTP

Sofia Leite (jornalista) e Filipe Valente (repórter de imagem) - RTP

O navio-escola Sagres está a cumprir desde o início de janeiro a viagem de circum-navegação, com partida em Lisboa. O percurso ocupará 371 dias. A bordo, durante parte da rota, seguem a jornalista Sofia Leite e o repórter de imagem Filipe Valente.

A missão da Sagres também é científica. A bordo seguem dois engenheiros do centro de robótica do INESCTEC, cujo principal objectivo é obter dados do campo eléctrico da terra.

Antes da Sagres zarpar para a sua viagem de circum-navegação instalaram sensores de medição do campo eléctrico, sensores de radiança, outros para medir a visibilidade, para medir os raios gama que chegam do espaço, e ainda um sensor contador de iões. Estão ainda a registar medidas dos sistemas de navegação e posicionamento global.

Estes dados serão registados durante um ano, ao fim do qual serão analisados pela comunidade científica que ficará a saber mais sobre o possível impacto das alterações climáticas nos fenómenos do campo eléctrico.

Para além dos sensores de dados atmosféricos instalados nos mastros do navio, outros sensores, colocados no interior de um veículo rebocável em forma de torpedo, o towfish, vão obter parâmetros da água. No interior do towfish também está um hidrofone para captar todos os sons que se conseguem ouvir nos oceanos, desde peixes, a outros navios, submarinos ou baleias.

Esta manhã, "o peixe", como é carinhosamente chamado pelos responsavéis deste projecto cientifico, foi lançado ao mar. Rebocado pelo navio por uma distância de 150 metros e a uma profundidade entre os 2 e os 10 metros por um cabo de traçcão e comunicação, espera-se que tenha uma longa estadia debaixo de água repleta de novas informações.
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