Oposição do Paquistão vai apresentar um candidato conjunto a primeiro-ministro

por Lusa

Islamabad, 02 ago (Lusa) -- Várias forças políticas, entre as quais a Liga Muçulmana do Paquistão e o Partido Popular do Paquistão, decidiram hoje apresentar um candidato conjunto a primeiro-ministro, em oposição à formação do ex-jogador de críquete Imran Khan, vencedor das recentes eleições.

O agrupamento de partidos da oposição decidiu "criar um comité de ação composto por dezasseis membros que se reunirá amanhã" e "apresentar candidatos conjuntos", anunciou um porta-voz do Partido Popular do Paquistão (PPP), Shery Rehman, durante uma conferência de imprensa em Islamabad.

"O candidato a primeiro-ministro será da Liga Muçulmana do Paquistão (LMP-N), o candidato a presidente do Parlamento será do PPP e o vice-presidente do Mutajida Mjlis-i-Alam (MNA)", especificou.

O grupo da oposição conseguiu 120 deputados nas eleições gerais de 25 de julho, 16 menos do que os necessários para alcançar a maioria no Parlamento.

"Todos os partidos decidiram ir ao Parlamento e desempenhar um papel, protestaremos dentro e fora do Parlamento", disse Rehman, que classificou as eleições como "fraudadas", acrescentando: "foram as piores eleições na História do Paquistão.

O anúncio da candidatura conjunta chega dois dias depois de o partido Pakistan Tehreek-i-Insaf (PTI), do antigo jogador de críquete Imran Khan, garantir que tem os números necessários para formar Governo no executivo central, após juntar aos seus 116 assentos, o apoio de outros partidos e candidatos independentes.

Depois de ser conhecido o resultado das eleições, vários partidos da oposição pediram a repetição das eleições, entre acusações de fraude e ameaças de protestos.

A vitória do partido de Khan significa que, pela primeira vez em décadas, não será um membro da família Bhutto ou Sharif a governar o país.

Trata-se das segundas eleições na história do país em que um Governo termina um mandato completo e abre caminho a um novo executivo, depois de ter sido governado por ditaduras militares durante metade dos seus 71 anos de história, desde que foi fundado em 1947.

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