Os Estados Unidos saudaram o acordo "histórico" anunciado hoje entre o Líbano e Israel para iniciar negociações sobre as suas fronteiras em disputa, concluído "sob a égide" norte-americana.
Este acordo "é o resultado de perto de três anos de esforços diplomáticos intensos" da parte de Washington, declarou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, num comunicado.
"O acordo entre as duas partes sobre uma estrutura comum para discussões permitirá aos dois países iniciar negociações, o que pode levar a mais estabilidade, segurança e prosperidade para os libaneses e os israelitas", adiantou.
Evocou "uma etapa crucial que serve os interesses do Líbano e de Israel, da região e dos Estados Unidos", apelando a um início "rápido" das discussões sobre as fronteiras marítimas.
O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, anunciou hoje este acordo, confirmado pelo governo israelita.
Berri disse que as negociações decorrerão em instalações da ONU no sul do Líbano e sob mediação das Nações Unidas, adiantando que as duas partes pediram aos Estados Unidos para "desempenhar o papel de mediador e facilitador da delimitação das fronteiras marítimas", o que foi aceite por Washington.
Em relação à fronteira terrestre, Mike Pompeo considerou que "discussões distintas ao nível de especialistas para resolver questões pendentes relacionadas com a Linha Azul", fronteira entre os dois países tecnicamente em guerra, seriam "mais um passo positivo para a estabilidade regional".
Em 2018, o Líbano assinou um primeiro contrato de prospeção de petróleo e gás nas suas águas territoriais, nomeadamente numa zona disputada por Israel.
O ministro da Energia israelita, Yuval Steinitz, indicou hoje num comunicado que as "discussões diretas" realizar-se-ão após a festa judaica de Sucot, ou dos Tabernáculos, que este ano termina a 10 de outubro.
Segundo Steinitz, trata-se da primeira vez em 30 anos que vão ocorrer negociações civis entre Israel e o Líbano, após dois anos de contactos indiretos através da administração norte-americana.