Pornhub paga 1,6 milhões de euros por tráfico sexual

A Pornhub, um dos maiores portais de conteúdos para adultos do mundo, admitiu ter lucrado com tráfico sexual e concordou efetuar pagamentos a mulheres que apareceram em vídeos publicados sem consentimento, anunciaram procuradores norte-americanos.

Lusa /
A Pornhub vai pagar por tráfico sexual Narong Sangnak - EPA

A Aylo Holdings, a empresa-mãe do portal "online", chegou a um acordo para resolver uma acusação relacionada com transações monetárias ilegais que envolviam receitas de tráfico sexual, de acordo com o gabinete de Breon Peace, procurador dos Estados Unidos para o distrito oriental de Nova Iorque.

O acordo prevê que a empresa, sediada em Montreal, no Canadá, pague mais de 1,8 milhões de dólares norte-americanos (1,6 milhões de euros) ao governo dos EUA, bem como faça pagamentos separados às mulheres prejudicadas pela ação. Exige, além disso, a nomeação de um monitor independente por três anos, após os quais as acusações serão retiradas.

"Esperamos que esta resolução, que inclui determinados pagamentos acordados às mulheres que viram as imagens publicadas nas plataformas da empresa e uma monitorização independente, traga alguma possibilidade de alívio às pessoas negativamente afetadas", afirmou Peace em comunicado.

O diretor do gabinete do FBI em Nova Iorque, James Smith, disse que a Aylo Holdings "enriqueceu conscientemente ao fechar os olhos" às vítimas que disseram à empresa terem sido enganadas e coagidas a participar nos vídeos.

Os procuradores afirmaram que a Aylo concordou em pagar uma indemnização a essas mulheres, embora não tenham sido divulgados pormenores sobre quem beneficia da indemnização e como ter acesso a ela.

A acusação teve origem após a Aylo ter recebido vídeos e aceitado pagamentos da GirlsDoPorn.

Os operadores dessa empresa de produção de filmes para adultos, agora extinta, foram acusados de uma série de crimes de tráfico sexual, incluindo a coação de mulheres jovens a envolverem-se em atos sexuais filmados, que eram depois publicados no Pornhub e noutros "sites" para adultos, sem o consentimento dessas mulheres.

Os procuradores afirmaram que, entre 2017 e 2020, a Aylo recebeu dinheiro que os funcionários da empresa sabiam ou deveriam saber que provinha das operações de tráfico sexual da GirlsDoPorn.

O Ministério Público defendeu também que a empresa não agiu de forma suficientemente rápida para remover os vídeos não consentidos, mesmo depois de várias mulheres terem apelado diretamente para o fazerem.

 

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