PPE decide hoje se expulsa o partido húngaro de extrema-direita

por RTP
Lisi Niesner, Reuters

O Partido Popular Europeu (PPE) vota esta quarta-feira, na Assembleia europeia, a suspensão ou a expulsão do partido de extrema-direita húngaro Fidesz, do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Cerca de uma dúzia dos partidos do PPE formalizaram as suas queixas contra o partido húngaro e pressionaram o presidente, Joseph Daul, a incluir este assunto na reunião da Assembleia, em Bruxelas. Esta votação é a forma de 13 dos 80 partidos do grupo político obrigarem o partido liderado por Orbán a respeitar a democracia e a liberdade.

Os estatutos determinam que a “suspensão e a expulsão de um membro só pode ser decidida pela Assembleia Política”, que não é obrigada a justificar a sua decisão. Os 262 membros da Assembleia reuniram hoje a partir das 15 horas – hora local – para decidir o futuro do partido Fidesz.

Contudo, o PPE sabe que os lugares do partido de Orbán – 13 eurodeputados – podem ser fulcrais na luta pela presidência da Comissão Europeia.

Viktor Orbán, recentemente, lançou uma campanha anti-imigração, promovida pelo Governo húngaro e traduzida em publicidade contra Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.

Juncker, em declarações a uma rádio alemã, referiu que aconselhou os membros do PPE a expulsar o partido de Orbán. Por sua vez, Annegret Kramp-Karrenbauer, líder da União Democrata Cristã alemã, afirmou que o PPE deve suspender o Fidesz até que “a confiança seja totalmente restaurada”.
“Meias medidas”
As críticas de Orbán não são de agora e, face aos contínuos ataques à União Europeia, esta quarta-feira o PPE, da qual fazem parte os partidos portugueses PSD e CDS-PP, vai decidir se expulsa ou se suspende o partido do primeiro-ministro húngaro.

O Fidesz, no entanto, já anunciou que rejeita “meias” medidas. O chefe do gabinete do primeiro-ministro húngaro afirmou à agência de notícias estatal que, se o PPE decidir a suspensão, o partido político de extrema-direita abandona de imediato o grupo político do Parlamento Europeu, três meses antes das eleições europeias.

O líder do Partido Popular no Parlamento, Manfred Weber, reuniu na semana passada com Orbán em Budapeste e pediu-lhe que formalizasse um pedido de desculpas a Juncker e que acabasse com a campanha contra o presidente da Comissão Europeia. Porém, “os problemas não foram resolvidos”, reconheceu Weber.
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