O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu firmemente a decisão de aceitar um Boeing 747-8 oferecido pelo Catar, insistindo que seria "estúpido" recusar o presente, que tenciona utilizar como novo avião presidencial.
"É um gesto simpático do Catar. Estou muito grato. Não sou o tipo de pessoa que recusa uma oferta destas. Poderia ser uma pessoa estúpida e dizer 'Não, não queremos que nos deem um avião muito caro'", disse o presidente norte-americano, que deverá passar pelo Qatar esta semana no âmbito de uma digressão pelo Golfo.
A família real dos Emirados está a preparar a oferta aos Estados Unidos de um Boeing 747-8, avaliado em 400 milhões de dólares (360 milhões de euros) pelos especialistas e descrito pelos meios de comunicação norte-americanos como um "palácio no céu".
O presente levanta a questão de potenciais conflitos de interesses, uma vez que a Constituição dos Estados Unidos proíbe expressamente os funcionários de aceitarem presentes "de um rei, príncipe ou Estado estrangeiro".
Referindo-se a esta regra constitucional, os senadores democratas denunciaram a oferta, afirmando que "cria um claro conflito de interesses, levanta sérias questões de segurança nacional, convida à influência estrangeira e mina a confiança do público no governo" dos Estados Unidos.
"Esta semana, vamos pedir ao Senado (câmara alta do parlamento norte-americano) que vote para reafirmar um princípio básico: ninguém deve usar o serviço público para enriquecer pessoalmente através de presentes estrangeiros", anunciaram os senadores democratas Cory Booker, Brian Schatz, Chris Coons e Chris Murphy, todos membros da comissão dos Negócios Estrangeiros, numa declaração conjunta.
Questionado por um jornalista, Donald Trump garantiu que não iria utilizar o avião para fins pessoais após o final do mandato, como noticiado na véspera pela ABC News.