Trump quer reconhecer soberania de Israel sobre território sírio ocupado

por RTP
Kevin Lamarque, Reuters

O presidente norte-americano divulgou pelo Twitter a sua intenção de reconhecer a soberania israelita sobre os Montes Golan, ocupados há 52 anos. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, logo lhe agradeceu por Twitter essa dádiva feita em plena campanha eleitoral.

A viragem abrupta relativamente ao que foi a política oficial dos Estados Unidos durante mais de meio século não era inteiramente inesperada desde que, na semana passada, o relatório anual do Departamento de Estado tinha eliminado a palavra "ocupado" para se referir àquele território sírio, e tinha passado a mencioná-lo sempre como "território controlado por Israel".

Do mesmo modo, o documento deixava de referir-se à Margem Ocidental do Jordão e à Faixa de Gaza como "territórios ocupados", introduzindo a mesma inovação semântica na linguagem referida aos dois territórios.

Interpelado pela imprensa sobre a nova linguagem utilizada, o Departamento de Estado afirmou que esta não correspondia a uma mudança na substância da política externa: "A nossa política nos Montes Golan não mudou. Demos ao relatório sobre direitos humanos um novo nome para nos referirmos aos nomes geográficos habitualmente usados na região que o relatório cobre"

No entanto, o tweet de Trump afirma agora que "ao fim de 52 anos, é tempo de os Estados Unidos reconhecerem plenamente a soberania israelita sobre os Montes Golan, que é de decisiva importância para a estratégia e a segurança do Estado de Israel e para a estabilidade regional!"



Pouco depois, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu apresentava os seus agradecimentos, também pelo Twitter, ao inquilino da Casa Branca, afirmando: "Num tempo em que o Irão tenta usar a Síria como plataforma para destruir Israel, o presidente Trump reconhecer claramente a soberania israelita sobre os Montes Golan. Obrigado, presidente Trump!".



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