Cerca de 6,7 milhões de crianças com menos de cinco anos correm o risco de sofrer níveis perigosos de desnutrição este ano devido à pandemia do novo coronavírus, alertou a Unicef.
"Faz sete meses desde que os primeiros casos da covid-19 foram relatados e é cada vez mais claro que as repercussões da pandemia estão a prejudicar as crianças mais do que a própria doença", afirmou, em comunicado, a diretora executiva da Unicef, Henrietta Fore.
A mesma responsável lembrou que as taxas de pobreza das famílias e a insegurança alimentar aumentaram, com cortes nos serviços essenciais de nutrição e nas cadeias de abastecimento, e com acentuados aumentos nos preços dos alimentos em alguns lugares.
"Como resultado, a qualidade da dieta das crianças piorou e a taxa de desnutrição aumentará", salientou.
A análise publicada no The Lancet apontou para um possível aumento do desperdício, uma forma de desnutrição que põe em risco a vida das crianças, deixando-as muito magras e fracas.
Como a agência lembrou "desperdiçar não só pode causar a morte, mas também causa deficiências no crescimento, desenvolvimento e aprendizagem".
A Unicef estimou que cerca de 47 milhões de crianças sofreram com esse problema em 2019, antes da pandemia, e alertou que, se não houver ações urgentes, esse número poderá chegar aos 54 milhões em 2020.