WhatsApp bloqueado na China em vésperas do Congresso Comunista

por RTP

A rede social WhatsApp encontra-se inacessível na China num gesto de reforço de censura. Este bloqueio acontece nas vésperas do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, um dos mais importantes eventos na agenda do país.

O WhatsApp é conhecido por encriptar as mensagens, tornando difícil monitorizar o que os utilizadores fazem. Desde domingo passado que se encontra inacessível no país, à semelhança de outras aplicações que têm vindo a ser censuradas.

A aplicação é utilizada na China por muitos ativistas e dissidentes, como alternativa aos dispositivos domésticos, altamente controlados pelo regime chinês.

Tudo começou na semana anterior ao bloqueio, em que os servidores do WhatsApp começaram a sofrer problemas intermitentes, até a aplicação ficar permanentemente indisponível a 24 de setembro.

Esta rede social é a terceira a ser bloqueada no país, depois de o Facebook e Instagram terem já sido censurados, em 2009 e 2014, respetivamente.

Em julho deste ano, a aplicação começou a sofrer os primeiros sinais de censura quando foram bloqueados o envio de certas imagens antes de serem entregues aos destinatários. O mesmo aconteceu com o WeChat, aplicação chinesa, com funções semelhantes ao WhatsApp.

Por esta altura, as redes sociais começaram a ter um controlo mais apertado na identificação dos utilizadores.

Foi publicado um novo regulamento a 7 de setembro deste ano, pela Administração do Ciberespaço da China, referindo que as empresas do setor devem verificar as identidades reais dos membros que fazem parte dos grupos de conversação online, bem como aumentar o controlo dos comentários na rede.

Esta medida deveria entrar em vigor no próximo dia 8 de outubro, 10 dias antes do Congresso do Partido Comunista Chinês que decidirá o futuro líder da segunda economia mundial pelos próximos cinco anos.

A imprensa chinesa revelou há uns dias que um comentário na aplicação WeChat levou à condenação de um homem a nove meses de prisão por, segundo as autoridades chinesas, promover a adesão ao terrorismo e extremismo.

No comentário foi dito: “Junta-te comigo ao EI [Estado Islâmico] ”, num grupo de conversação com cerca de 300 pessoas.

Segundo o The New York Times, a empresa Facebook não quis tecer comentários, quando questionada sobre as dificuldades dos utilizadores chineses na aplicação WhatsApp.
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