Água de Évora sem risco para a saúde, "apesar de ter mais cloro", assegura a câmara

por Lusa

Évora, 22 nov (Lusa) -- A Câmara de Évora assegurou hoje que a água da rede pública não acarreta "risco para a saúde", apesar de apresentar "algum cheiro e sabor" a cloro, devido ao aumento dos teores deste desinfetante, motivado pela seca.

Num aviso emitido à população, o município esclareceu hoje que, por causa da seca, a quantidade de água armazenada na Barragem do Monte Novo, que abastece Évora, tem vindo a diminuir, o que "tem reflexos na sua qualidade".

Por isso, pode ler-se no comunicado, foram alterados os tratamentos na Estação de Tratamento de Águas (ETA) da barragem, gerida pela empresa Águas do Vale do Tejo/Águas de Portugal, o que resultou "no aumento dos teores de desinfetante (cloro)".

"Esta situação faz-se notar na água que chega aos consumidores. No entanto, o seu consumo não apresenta risco para a saúde pública", afiançou a autarquia.

Em comunicado, a comissão política concelhia de Évora do CDS-PP manifestou-se preocupada com a situação, indicando ter recebido queixas de munícipes acerca do "intenso odor a desinfetante na água da rede pública".

"Além desse odor, regista-se uma menor pressão da água da rede pública", referiu a concelhia do CDS-PP, que exigiu esclarecimentos sobre se a água tem "garantias para utilização e consumo humano".

Aludindo à "situação excecional de seca extrema" que se vive na região e no país, o mesmo partido, entre outras questões, defendeu uma "gestão criteriosa" da água pela câmara e questionou o executivo municipal sobre se "consegue assegurar o abastecimento público permanente" ou se estão previstos cortes.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara, Carlos Pinto de Sá, admitiu "problemas" na água da rede pública, devido ao aumento do cloro no tratamento, mas insistiu que tal "não afeta a saúde pública".

"Estamos com problemas relativamente a algum cheiro e sabor da água, que têm a ver com a necessidade de aumentar o cloro para garantir a qualidade, situação, aliás, que pensamos regularizar nos próximos dias", relatou o autarca.

A empresa Águas do Vale do Tejo, detentora da concessão de água em alta, continuou, é que gere as barragens para abastecimento e, como "as águas superficiais estão a descer", devido à seca, "a qualidade dessa água também desce".

"Há a necessidade de garantir a qualidade da água e uma boa parte dessa resposta passa pelo uso do cloro, ainda que pontual", mas essas são medidas que visam "salvaguardar a qualidade" do abastecimento público, frisou.

A Barragem do Monte Novo "está com uma capacidade razoável", com 33% de água armazenada, mas "a situação que aí está", sem chuva, "não nos deixa descansar" e "é natural que episódios deste tipo possam surgir, à medida que a água diminui", alertou Carlos Pinto de Sá, insistindo que o município está "a tomar medidas" para evitar que seja necessário aumentar os valores de cloro.

O presidente da câmara assinalou ainda que a barragem tem "água suficiente para o abastecimento às populações nos próximos meses" ou até, previsivelmente, "para o próximo ano" e lembrou que a albufeira está ligada ao Alqueva.

"O Alqueva pode abastecer o Monte Novo e abastece quando há necessidade. Se não tivéssemos Alqueva, o drama seria terrível aqui na zona do Alentejo, mas, neste momento, temos algum conforto relativamente à disponibilidade de água" e "não há necessidade de racionamento e muito menos de cortes", garantiu.

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