Arroios e Provezende concedem subsídio para aumentar natalidade

por Agência LUSA

Os bebés que nasçam nas freguesias de Arroios e Provezende, no distrito de Vila Real, têm direito a um apoio financeiro de 250 euros, numa iniciativa que visa contribuir para o aumento da natalidade.

Esta iniciativa de algumas freguesias de Trás-os-Montes e Alto Douro procura criar incentivos para o aumento da população, cada vez mais envelhecida.

A Junta de Freguesia de Arroios, concelho de Vila Real, disponibiliza, a partir deste ano, um apoio financeiro de 250 euros a todos os bebés que nasçam na localidade onde, no ano passado, ocorreu apenas um baptizado e 12 óbitos.

A presidente daquela junta há mais de duas décadas, Marília Ferreira, sabe que não é por causa dos 250 euros que as famílias vão ter mais filhos, mas classifica esta iniciativa como "um incentivo e uma chamada de atenção ao poder político".

"É necessário criar mais empregos para os jovens para que eles possam constituir família e ter filhos", afirmou em declarações à agência Lusa.

Para terem acesso ao subsídio, é necessário apenas que os pais residam há mais de um ano em Arroios e que sejam eleitores na freguesia.

Arroios é uma freguesia suburbana, que dista cerca de cinco quilómetros da sede de concelho, e é constituída pelas povoações de Couto, Cabana, Torneiros e Vilalva.

"É nas freguesias mais rurais, como Arroios, Cabana e Couto, que se tem verificado nos últimos tempos um maior envelhecimento da população", frisou autarca.

Em contrapartida, nas outras localidades, mais urbanas, "existem muitos jovens que se queixam de não terem condições financeiras para poderem ter filhos".

Desde que a Junta de Provezende, concelho de Sabrosa, lançou o subsídio de 250 euros em 2006, já nasceram nesta freguesia duriense três bebés.

A autarquia local tem um orçamento de mil euros para esta medida de incentivo à natalidade na localidade, onde uma das maiores preocupações é o êxodo rural, que tem aumentado nos últimos tempos devido à crise no sector vinícola.

Este subsídio é 100 vezes inferior ao atribuído na Alemanha onde, a partir deste ano, o apoio a cada nascimento pode chegar aos 25 mil euros.

A região do Alto Douro apresenta indicadores de fraco desenvolvimento económico - com uma população a empobrecer - expresso num poder de compra inferior ao da região Norte, e próximo dos 55 por cento do todo nacional, havendo mesmo concelhos em que não chega a atingir os 40 por cento.

Desde a década de 60, a região do Alto Douro sofreu uma evolução demográfica negativa, sendo que, na década de 90, a perda populacional foi da ordem dos nove por cento.

Em 25 anos, este território perdeu 125 mil habitantes.

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