Caso Rei Ghob": Francisco Leitão condenado pela maioria dos crimes de violação

por RTP

Francisco Leitão, mais conhecido por "Rei Ghob", foi condenado a 17 anos de prisão. Estava acusado de 542 crimes de violação, seis de pornografia infantil e por crimes de ofensa à integridade física qualificada e devassa da vida privada.

Os factos terão ocorrido entre 2009 e 2010, ano em que foi detido pela Polícia Judiciária, por ser o principal suspeito do homicídio de três jovens.

Nesse caso, acabou por ser condenado a 25 anos de cadeia. Cumpria a pena no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.

Esta segunda-feira regressou ao Tribunal de Loures para ser condenado pela maioria dos crimes de violação de que estava acusado.

Francisco Leitão, sucateiro de profissão, convivia com vários jovens, na altura com idades entre os 14 e os 17 anos, fazendo-se passar pelo amigo que os levava a passear, pagava jantares ou bebidas e oferecia-lhes telemóveis.
As "entidades" sobrenaturais
Dizia ter poderes sobrenaturais e quando ganhava a sua confiança e sabia que estariam convictos dos seus poderes, levava os jovens para a sua casa, na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava incorporando "entidades" sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte.

Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a "injeções de energia" que, como descrevia a acusação, seriam transmitidas do corpo do arguido para o corpo da vítima sob a forma de relações sexuais.

As queixas chegaram ao Ministério Público em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado.

O processo viria a ser reaberto na sequência de buscas domiciliárias da Polícia Judiciária e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pela morte das três jovens.
pub