O comandante da Divisão da PSP na Amadora, superintendente António Manuel Pereira, criticou hoje "o estigma" que existe sobre a Cova da Moura, garantindo que "99 por cento dos seus moradores são pessoas de bem".
"Na Cova da Moura moram cerca de seis mil pessoas, 99,9 por cento das q uais são pessoas de bem, trabalham e estão integradas", disse à agência Lusa.
O comandante António Manuel Pereira falava à margem do seminário "Const ruindo Relações de Proximidade: Policiamento e Participação Cívica de Imigrantes e seus Descendentes", que hoje decorreu em Lisboa.
Para o superintendente, "criou-se um estigma do bairro que não correspo ndem à realidade".
"Há alguma criminalidade no bairro, como há em todo o lado", acrescento u o responsável, garantindo que "em determinadas horas do dia, pode-se ir em seg urança à Cova da Moura".
Para dar outra imagem do bairro e melhorar as relações com os seus mora dores, a PSP criou recentemente a política de policiamento de proximidade.
O objectivo é criar confiança futura entre os agentes de segurança e os habitantes do bairro.
"Desenvolvemos iniciativas com associações do bairro, especialmente com o Moinho da Juventude, torneios de futebol com equipas mistas (polícias e morad ores) e promovemos eventos com crianças e com jovens", explicou.
Quanto aos resultados, o superintendente António Manuel Pereira afirmou que "há muito para fazer, mas para já o investimento que tem sido feito na prox imidade está, de alguma maneira, conseguido".
Promovido pela PSP e pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, o seminário "Construindo Relações de Proximidade" pretende promover o policiamento de proximidade junto das comunidades imigrantes e dos bairros mais problemáticos e analisar as contribuições que os imigrantes podem dar para a con strução de uma sociedade mais segura.
Em declarações aos jornalistas, o director nacional da PSP, Orlando Rom ano, defendeu que "há que continuar o trabalho iniciado de aproximação às comuni dades" com um tratamento "igual e imparcial relativamente a todos os imigrantes, às diferentes etnias e crenças".
Por seu lado, o Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Ru i Marques, defendeu que o contributo dos imigrantes é "fundamental para uma soci edade em segurança" e que as forças de segurança devem "defender todos, sem olha r a origem, a raça ou as crenças".