Consulado da Venezuela em Lisboa alvo de ataque com engenho explosivo

O Consulado Geral da Venezuela em Lisboa sofreu no sábado à noite um ataque com um engenho explosivo, que não causou vítimas ou danos de maior. O objeto foi atirado para varanda do edifício onde ficam as instalações diplomáticas, numa altura em que o Consulado estava fechado.

RTP /
Foto: Filipe Silva - RTP

À RTP, a Polícia de Segurança Pública avançou que por volta das 21h50, segundo uma testemunha, um homem com roupas escuras e que se fazia transportar numa trotinete terá arremessado um engenho incendiário contra a varanda do Consulado.

A PSP e o Regimento Sapadores Bombeiros deslocaram-se ao local, assim como a Polícia Judiciária, que assumiu a gestão do local do incidente e da investigação.

Segundo a informação avançada à RTP, há pequenos danos a registar no edifício, nomeadamente danos no chão da varanda, pintura do prédio, estores e caixa exterior do ar condicionado.

Há ainda pequenos danos numa viatura que se encontrava estacionada.

Também em declarações à RTP, a porteira do Consulado da Venezuela contou ter sido chamada sábado à noite pelo proprietário do restaurante que também se encontra no edifício “porque estava o Consulado a arder”.


Fátima Ferreira disse ter ligado então para a embaixadora, que se dirigiu ao local, assim como os bombeiros e a polícia. Segundo a porteira do Consulado, o ar condicionado explodiu.

Testemunhas que falaram com Fátima Ferreira disseram-lhe que “um homem mandou um cocktail” molotov enquanto gritava frases sobre a Venezuela.
MNE português condena ataque
O Ministério português dos Negócios Estrangeiros veio já condenar o ataque e garantir um reforço imediato da segurança, assim como a abertura de uma investigação por parte das autoridades.

O Governo português condena veementemente o ataque ao consulado da Venezuela em Lisboa. Determinou um reforço imediato da segurança e a cabida investigação policial. É um acto intolerável. A inviolabilidade das missões diplomáticas tem de ser respeitada em todos os casos”, lê-se numa publicação na rede social X.


Referindo-se a este ataque, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, disse em Caracas que nenhuma agressão "descontrolada" impedirá a "revolução bolivariana".

"O fascismo atacou a sede do nosso Consulado Geral em Lisboa, Portugal, com bombas incendiárias, atacando os serviços prestados aos nossos compatriotas. As agressões irracionais dos grupos desequilibrados não conseguirão inverter os avanços da Revolução Bolivariana", afirmou, numa mensagem partilhada na plataforma Telegram.

O representante do Governo venezuelano congratulou-se por, devido à rápida intervenção das autoridades portuguesas, não terem ocorrido danos de maior e manifestou-se confiante de que "as investigações iniciadas permitirão identificar os responsáveis e determinar as correspondentes responsabilidades".

Este episódio aconteceu depois de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter tomado posse para um terceiro mandato de seis anos - na sexta-feira - apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais na Venezuela.

Nos últimos dias, têm havido manifestações nas ruas de várias capitais internacionais contra a tomada de posse de Maduro.

Em Portugal, realizaram-se na quinta-feira manifestações contra o Governo de Maduro, em simultâneo, nas cidades de Aveiro, Porto, Faro, Beja, Lisboa e Funchal.

c/ Lusa

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