Demitiu-se o Chefe de Estado-Maior do Exército

por RTP
Lusa

Rovisco Duarte demitiu-se esta quarta-feira, dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa. João Gomes Cravinho já aceitou o pedido de demissão e iniciou o processo de substituição.

O Presidente da República recebeu o pedido de resignação do CEME. Marcelo Rebelo de Sousa recebeu uma carta do General Francisco José Rovisco Duarte a invocar razões pessoais para esta resignação.  

A carta foi transmitida ao Governo, a quem compete, nos termos constitucionais e da Lei orgânica das Forças Armadas, propor ao Presidente da República a exoneração de chefias militares, ouvido o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.

O Ministério da Defesa Nacional aceitou o pedido de demissão do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, e anunciou que iniciou o processo de substituição. 

Em comunicado, o gabinete do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, afirmou que o general Rovisco Duarte "pediu, por motivos pessoais" a exoneração do cargo.

Na sequência deste pedido, "foram iniciados os procedimentos adequados com vista à nomeação de um novo Chefe do Estado-Maior do Exército", como prevê a Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.


Rovisco Duarte diz ao Exército que "circunstâncias políticas" exigiram demissão

O general Rovisco Duarte justificou perante o Exército o pedido de demissão do cargo de Chefe do Estado-Maior do ramo afirmando que "circunstâncias políticas assim o exigiram", disseram à Lusa fontes militares.

"A todos vós, e unicamente a vós, devo uma explicação: as circunstâncias políticas assim o exigiram", pode ler-se nessa carta a que a RTP também teve acesso.

O general comunicou assim "por escrito", através da rede interna do Exército, que apresentou ao Presidente da República a sua carta de resignação.

"Circunstâncias políticas assim o exigiram", justificou Rovisco Duarte, que foi escolhido pelo anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para substituir Carlos Jerónimo que se demitiu na sequência da polémica que envolveu a direção do Colégio Militar, a propósito de uma alegada discriminação em função da orientação sexual.

c/ Lusa
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