Direção-Geral da Saúde renova apelo à vacinação contra o sarampo

por Carlos Santos Neves - RTP
“Em 2017, foram notificados na Europa mais de 14 mil casos de sarampo”, recorda a Direção-Geral da Saúde numa nota de imprensa distribuída esta sexta-feira Lucy Nicholson - Reuters

A Direção-Geral da Saúde voltou esta sexta-feira a alertar para a necessidade de cumprir o Programa Nacional de Vacinação perante os últimos números da incidência do sarampo na Europa. Com a aproximação da primavera e do verão, adverte a estrutura, intensificam-se “os movimentos internacionais de cidadãos e o risco de contrair a doença é maior”.

“O sarampo é um risco para a saúde”, começa por sublinhar a DGS numa nota enviada esta sexta-feira às redações.
“Em 2017, verificaram-se, a partir de dois casos importados de outros países, dois surtos de sarampo em Portugal, registando-se 27 casos confirmados e um falecimento”, recorda a DGS.

“Em 2017, foram notificados na Europa mais de 14 mil casos de sarampo, triplicando o número de casos registados no ano anterior”, aponta a Direção-Geral, para acrescentar que se trata de “uma das doenças infecciosas mais contagiosas”, podendo causar “doença grave ou mesmo a morte”.

“Atualmente, em alguns países europeus, continuam a verificar-se surtos de sarampo, em crianças e adultos”, acentua a DGS, antes de sublinhar que “a vacinação continua a ser a melhor forma de evitar o sarampo”.

“As pessoas não protegidas pela vacinação correm maior risco de contraírem sarampo através do contacto com pessoas doentes ou em período de incubação da doença, provenientes de outros países”, lê-se na mesma nota.

A Direção-Geral da Saúde aconselha os cidadãos a verificarem os boletins de vacinas, relembrando o esquema recomendado no Programa Nacional e a gratuitidade do processo.

  • 12 meses de idade: primeira dose de vacina VASPR - sarampo, papeira e rubéola;
  • Cinco anos: segunda dose da VASPR;
  • Adultos nascidos em 1970 ou depois, que nunca tiveram a doença nem foram vacinados: uma dose da vacina VASPR.

“Se for viajar, poderá necessitar de doses adicionais de vacina pelo que deve contactar a sua unidade de saúde ou consultar o seu médico assistente”, lê-se no comunicado.
Recrudescimento na Europa

A Organização Mundial da Saúde alertou no início desta semana para o aumento, no ano passado, do número de casos de sarampo em países europeus – uma “tragédia”, na avaliação da OMS, sobretudo tendo em conta o mínimo histórico de 5.273 casos registado em 2016.Os surtos de 2017 atingiram um em cada quatro países europeus.

Ao todo, em 2017, foram 15 os países que enfrentaram surtos da doença. Os casos foram em número superior na Roménia, Itália e Ucrânia.

Os especialistas responsabilizam, em larga medida, as campanhas contra a vacinação, com amplo eco nas redes sociais; mesmo com a descredibilização de estudos publicados há 20 anos que apontavam para um eventual nexo entre a vacina e o autismo.

O sarampo matou, no ano passado, 35 pessoas no território do Velho Continente tido em conta pela OMS, que abrange 53 países. Mais de 87 por cento dos doentes não estavam vacinados.
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