Empresa volta a despedir trabalhadora que tribunal mandou reintegrar

por RTP

A CGTP vai levar a Justiça o despedimento de uma trabalhadora de uma corticeira de Santa Maria da Feira. A empresa foi multada em 31 mil euros por assédio moral a funcionária. Mas acusa agora a trabalhadora de difamação e de propaganda sindical.

É um desfecho já esperado por Cristina Tavares. Estava suspensa de funções desde o final de novembro. E no dia 10 deste mês, foi formalmente despedida da empresa Fernando Couto Cortiças.

É estar por casa, deprimida e viver um dia de cada vez. Diz Cristina Tavares: "Neste momento não estou a ter meio de sustento. Nos próximos tempos, vou voltar ao que passei antes de ser reintegrada. Pedir apoio para bens alimentares. É o único sustento da família".

A corticeira de Santa Maria da Feira acusa a antiga funcionária de difamação. O mal-estar entre as duas partes começou ainda em 2016, quando Cristina Tavares foi despedida pela primeira vez.

A Justiça obrigou à reintegração e depois disso, a trabalhadora denunciou alegados castigos e assédio moral. Isto porque terá estado todo o verão a carregar e descarregar os mesmos sacos de uma palete.

A Autoridade para as Condições de Trabalho multou a firma em 31 mil euros.

Ao lado da trabalhadora, está o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, as estruturas sindicais de Aveiro, e a CGTP. Prometem luta.

Esta segunda-feira, Cristina Tavares vai ser ouvida pelo DIAP de Santa Maria da Feira. E na próxima semana, está prevista uma marcha solidária nas ruas de Santa Maria de Lamas.

Em comunicado, a corticeira fala desta conferência de imprensa tem "mero intuito de propaganda sindical". A empresa diz que se trata de uma atitude de pré-julgamento em praça pública.
pub