Força Aérea gasta 54 mil euros em relógios por ajuste direto

por RTP
Reuters

Para dispensar concurso público, a Força Aérea alegou estar a comprar obras de arte. São 200 relógios de pulso para comemorar 60 anos de uma base aérea que custaram 54 mil euros, revela o jornal Público.

A Força Aérea Portuguesa garante que irá recuperar o valor gasto, ao vender os relógios a militares, a 280 euros cada. O relógio visa assinalar as seis décadas da Base de Monte Real, no concelho de Leiria. Os 200 exemplares foram encomendados no Verão passado.

Para escolher a cadeia de ourivesarias que queria sem consultar o mercado, a Força Aérea invocou uma disposição do Código de Contratos Públicos destinado à aquisição de obras de arte por parte do Estado, revela o jornal. Esta disposição permite o ajuste direto.

Apesar de a invocação desta disposição não ser exclusiva da Força Aérea, o recurso a este expediente tem sido penalizada pelo Tribunal de Contas, mesmo em situações em que estão mesmo em causa obras de arte.

Caso não fosse invocada este artigo, a Força Aérea teria de pedir propostas a pelo menos três empresas diferentes.

De acordo com o departamento de relações públicas deste ramo das Forças Armadas, citado pelo Público, “devido às características de personalização que foram integradas no relógio e estojo, criados de propósito e em exclusivo para a comemoração dos 60 anos da Base Aéra 5, estes bens possuem características artísticas únicas, o que está de acordo com (…) o Código dos Contratos Públicos, que prevê que seja escolhido o procedimento por ajuste direto quando esteja em causa a aquisição de uma criação artística, como se verifica na presente peça”.

A Força Aérea refere que todos os relógios deverão ser todos vendidos, já que o número foi calculado com base em iniciativas anteriores idênticas. A Força Aérea terá pago 269 euros por cada relógio e deverá vender cada peça por 280 euros.
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