Força de Intervenção na Guiné-Bissau custou 5,7 milhões de euros

por RTP
Mário Cruz/Lusa

Quase seis milhões de euros foi quanto custou a presença portuguesa na Guiné-Bissau com a Força de Reação Imediata para o eventual resgate de cidadãos portugueses. A denominada “Operação Manatim” envolveu quatro meios navais, dois aviões e mais de 1000 militares durante cerca de três semanas. Os custos foram ontem anunciados pelo ministro da Defesa após a audição na Comissão Parlamentar de Defesa.

José Pedro Aguiar-Branco foi ontem ao Parlamento prestar contas da "Operação Manatim" e ao mesmo tempo dizer que esta missão das forças armadas portuguesas permitiu "salvaguardar" a comunidade portuguesa na Guiné-Bissau "perante um golpe de Estado".

Para o ministro é claro que "os portugueses nunca perdoariam" se o Governo não tivesse agido perante um golpe de Estado noutro país onde existe “uma importante comunidade portuguesa” e que, perante isso seria necessário “salvaguardar os interesses e as vidas dos cidadãos portugueses nesses países”.

Em declarações no final da audição à porta fechada na Comissão Parlamentar de Defesa, Aguiar-Branco, afirmou que o envio da Força de Reação Imediata para a costa ocidental africana foi uma decisão "competente e exigente" do Governo.

A operação militar "Manatim" para o eventual resgate de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau teve um custo total de 5,7 milhões de euros e envolveu quatro meios navais, dois aviões e mais de 1000 militares durante cerca de três semanas.

Perante o facto de Portugal ter realizado uma operação de resgate em que não resgatou nem um só português, Aguiar-Branco referiu que "a operação de acautelar e salvaguardar a comunidade portuguesa na República da Guiné-Bissau ou em qualquer outra parte do mundo tem de merecer por parte do Governo e do Estado português uma resposta como esta, de forma absolutamente competente e exigente".

Já em relação aos gastos desta operação, o ministro referiu que os 5,7 milhões de euros, principalmente gastos "em combustível e pessoal", serão "acomodados" pelos três ramos eliminando "um conjunto de exercícios que poderão não ser necessários fazer".

Quanto a um possível agravamento da situação na Guiné-Bissau e o reenvio da Força de Reação Imediata o ministro da Defesa esclareceu que "não está nada mais previsto", mas deixando claro que esta força militar "está sempre com capacidade para poder agir caso haja necessidade de salvaguardar as vidas e os interesses dos portugueses em qualquer parte do mundo".
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