Incêndio de Mação mobiliza maior dispositivo de combate

por RTP
As temperaturas deverão subir já a partir desta quinta-feira e a humidade do ar ronda os 20 a 35 por cento com tendência a diminuir Paulo Novais - Lusa

Os incêndios de maiores proporções esta manhã lavravam em Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) e Mação (Santarém) e em Resende (Viseu). Este último lavra desde a madrugada.

Até às 9h00 desta quinta-feira, os serviços da Proteção Civil tinham registado 31 ocorrências de incêndios florestais. Em curso estão seis, incluindo os incêndios de Mação e de Vila de Rei e Sardoal.O INEM afirma que foram assistidas nos últimos dias no quadro dos incêndios 53 pessoas entre 86 feridos, dos quais 79 ligeiros e sete graves mas sem risco de vida.

O incêndio que causa mais preocupação é o de Mação, com várias frentes ativas e uma orografia complicada para o combate. As chamas já passaram a A23. Os meios aéreos vão concentrar-se nas próximas horas no combate a este fogo.

O plano municipal de emergência de Cantanhede foi entretanto desativado, mas o plano distrital de emergência de Proteção Civil de Santarém mantém-se em vigor desde as 18h00 de quarta-feira.

Estão ainda ativos nesta manhã de quinta-feira outros quatro planos municipais de emergência: Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Fundão e Castelo Branco.

Os meios de combate formam já um dispositivo "complexo", de acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Patrícia Gaspar, e inclui meios espanhóis e de Marrocos, além das Forças Armadas.

As temperaturas deverão subir já a partir desta quinta-feira e a humidade do ar ronda os 20 a 35 por cento com tendência a diminuir. O estado de alerta laranja vai ser mantido até dia 18 de agosto.
"Concelho completamente destruído"
Em declarações emitidas pela Antena 1, o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, assinalou que podem vir a arder "entre 25 mil a 30 mil hectares" na região. Mais de 800 bombeiros de várias cooperações ainda combatem as chamas neste concelho.

"Cerca de 20 mil hectares perdidos. Nós não temos as contas ainda feitas, porque o fogo continua a lavrar, mas infelizmente eu posso, com alguma segurança, falar de entre 25 mil a 30 mil hectares do nosos concelho que podem vir a arder", estimou o autarca.

"Para termos uma noção daquilo que estamos a falar, é uma coisa perfeitamente assustadora. Já eramos, infelizmente, o concelho do país com a maior área ardida e de facto ficamos com o concelho completamente destruído", concluiu.

Segundo a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil há nesta altura 81 pessoas deslocadas em Mação, 24 em Abrantes e 28 no Sardoal.
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