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Incêndio em Ourém. "O que estão a fazer é terrorismo puro" acusa autarca

por RTP

No balanço de mais um dia de combate ao fogo, naquele que é o quinto incêndio de grandes dimensões a atingir o concelho este ano, o presidente da Câmara de Ourém teve um desabafo revoltado.

"O que estão a fazer ao conselho de Ourém é terrorismo puro%u201D afirmou Luís Albuquerque à RTP, antevendo uma %u201Ctragédia muito maior do que tem acontecido%u201D no concelho "se não houver mais aposta na prevenção e no controlo das nossas florestas".

Registaram-se neste incêndio quatro ignições quase em simultâneo, o que aponta mão criminosa.

O autarca apontou também o dedo ao executivo, revelando que tem falado com a tutela e com o Presidente da República para tentar desbloquear os meios necessários para o conselho combater os incendiários. O ministério que %u201Cestava a tratar do assunto%u201D, referiu.

Reconhecendo que o concelho tem uma %u201Cgrande mancha florestal com muitas casas pelo meio%u201D, o que dificulta o combate, Luís Albuquerque referiu que esta sexta-feira as corporações de bombeiros de Ourém estiveram "sozinhos" a combater o fogo.

%u201COs meios demoraram muito a chegar%u201D, lamentou o autarca. A ajuda começou depois "paulatinamente" a chegar, reconheceu.

Pelas 00h30 o incêndio de Ourém tinha três frentes ativas, uma a ceder aos meios e outra a lavrar com intensidade. No total, um perímetro de 20 quilómetros, afirmou o presidente da Câmara.

O comandante dos Bombeiros de Ourém subscreveu as críticas do presidente e frisou que a Associação não tem meios para fazer frente aos encargos implicados pelo combate às chamas.

%u201CNão conseguimos fazer mais do que fazemos até aqui" referiu Guilherme Isidro, sublinhando que até agora os apelos de apoio à Autoridade de Proteção Civil "não tiveram resposta".

%u201CNão temos condições para sustentar as operações%u201D, garantiu o responsável operacional, afirmando igualmente que são necessários mais meios para ações de vigilância e de prevenção.

Sobre o incêndio que teve início esta sexta-feira às 14:40, no Carvalhal, na freguesia de Espite, e se estendeu às localidades vizinhas, obrigou ao corte da circulação ferroviária na Linha do Norte, desde cerca das 18:30. Um aviário ardeu, num prejuízo calculado num milhão de euros, e pelo menos uma casa de primeira habitação foi consumida pelas chamas. A aldeia de Brejos teve de ser evacuada.

O comandante dos bombeiros de Ourém explicou que o desenvolvimento do fogo "foi muito rápido" e que "nunca tivemos meios suficientes" para evitar a propagação, que chegou a avançar seis quilómetros numa hora. Guilherme isidro teve ainda uma %u201Cpalavra de apreço às populações%u201D que muitas vezes combateram sozinhas as chamas.

%u201CNunca tivemos os meios aéreos que devíamos ter, estavam empenhados noutras situações%u201D, referiu e %u201Ctudo isso complicou%u201D, também devido aos ventos errantes que %u201Crodopiavam%u201D, o que dificultou o trabalho dos meios aéreos.
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