Manuel Pinho pediu o alargamento do raio da sua pulseira eletrónica

por RTP

Foto: António Cotrim - Lusa

O antigo ministro da Economia quer mais liberdade de movimentos para tratar da horta. Manuel Pinho está em prisão domiciliária na sua quinta em Braga desde o inicio de fevereiro. A propriedade tem mais de um hectare.

O antigo ministro da Economia não consegue ter acesso livre à horta sem que o alarme da pulseira eletrónica dispare. Por isso, enviou um requerimento aos serviços prisionais a pedir mais liberdade de movimentos dentro da quinta.

Pinho quer que o raio de ação da pulseira eletrónica seja alargado para poder tratar pessoalmente da horta. Argumenta que ali pratica uma agricultura de subsistência.

O pedido foi feito há cerca de um mês. A defesa garante que ainda não conhece qualquer decisão. Mas à RTP a Direção Geral dos Serviços Prisionais revelou que no final de julho respondeu ao tribunal, informando que os equipamentos de vigilância eletrónica que asseguram o controlo da permanência na habitação do arguido se encontram já parametrizados com o alcance máximo.

Na resposta, explica que, atendendo às grandes dimensões da propriedade, não é possível alargar mais o perímetro de vigilância. Mas dá uma alternativa: a possibilidade de o Tribunal conceder ao arguido uma autorização de saída do espaço habitacional, para as finalidades pretendidas e mediante horário pré-determinado.

Alerta que, caso essa autorização seja dada, o controlo eletrónico fica interrompido durante esses períodos.

A Direção Geral dos Serviços Prisionais assegura que não obteve qualquer resposta do tribunal.


Manuel Pinho está indiciado de corrupção, fraude e branqueamento de capitais no processo das rendas da EDP. É suspeito de ter recebido milhares de euros, enquanto era governante, para beneficiar o Grupo Espírito Santo.

Após as férias judiciais, o Ministério Público vai dividir o processo EDP em duas partes. O antigo ministro da Economia deverá conhecer a acusação já em setembro, tal como a mulher, Alexandra Pinho, e Ricardo Salgado.

Já os capítulos relacionados apenas com a EDP e com os dois ex-administradores António Mexia e João Manso Neto continuarão a ser investigados pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
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