O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou preocupação com a possibilidade de a Urgência de Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, encerrar durante a noite, por falta de médicos, e pede que sejam tomadas medidas.
O SIM acusa o conselho de administração do HGO de "inação" e de ter como "única preocupação” criar “dificuldades ao trabalho do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, muito desfalcado e pressionado pelas centenas de milhares de pessoas a que tem de responder".
O sindicato dá como exemplo medidas tomadas após o estado de emergência, "sem o conhecimento ou a participação dos elementos do serviço, descredibilizando o seu papel", e "pondo muitas vezes em causa a segurança dos profissionais e dos utentes".
Segundo a estrutura sindical, "está instalada a instabilidade" na Maternidade do HGO, que “se encontra em contingência desde há alguns dias, correndo sérios riscos de fechar o atendimento ao exterior".
"O SIM exige que se tomem medidas para evitar a destruição do serviço, tal como ocorreu com a pediatria, encerrada à noite, há um ano", pede o sindicato.Acusações reiteradas à administração do hospital
A 4 de junho, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul tinha acusado o conselho de administração do Hospital Garcia de Orta de gestão autocrática, na sequência da demissão do diretor de Ginecologia e Obstetrícia, "por delito de opinião", e pediu a intervenção do Governo.
O SMZS afirmava que a política do conselho de administração "prejudica o funcionamento do hospital" e põe "em risco a qualidade da medicina praticada, o que impõe o seu imediato afastamento".
Em comunicado emitido dias antes, o conselho de administração do hospital de Almada, no distrito de Setúbal, referia que "num ato de gestão interna, e na sequência de uma atuação institucionalmente incorreta da exclusiva iniciativa do diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia para com o conselho de administração, que o próprio tornou pública, teve de agir em conformidade, decidindo a cessação da sua comissão de serviço".
Também a Ordem dos Médicos manifestou na ocasião preocupação com a demissão do diretor de Ginecologia e Obstetrícia e pediu explicações à administração, sublinhando as dificuldades sentidas naquele serviço nos últimos anos.