Navio afundado no porto de pesca de Setúbal não constitui perigo à navegação

O director de Navegação e Segurança da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra garantiu que o arrastão que se afundou à entrada do Porto de Pesca de Setúbal não constitui perigo imediato para a navegação marítima.

Agência LUSA /
Afundado DR

"Já reforçámos a amarração do navio e colocámos sinalização adequada", disse Rui Silvestre, adiantando que, de hora a hora, estão a ser transmitidos aviso s à navegação, via rádio.

De acordo com o mesmo responsável, o arrastão "Mar Salgado", que se afundou ao final da tarde de segunda-feira, está assente no fundo mas, tudo indica, que não há perigo de derrame de combustível.

"Tudo indica que se está a verificar apenas a libertação de uma pequena quantidade de gasóleo através de respiradouros dos tanques de combustível", acrescentou Rui Silvestre, lembrando que já foram colocadas barreiras de contenção pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS).

O vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, que se deslocou ao local do acidente durante a noite de segunda-feira, disse à Lusa não ter ainda informação pormenorizada sobre o derrame do combustível mas mostrou-se particularmente crítico sobre as circunstâncias em que se verificou o acidente.

"O navio adornou quando estava a fazer o abastecimento de combustível numa zona pouco profunda e onde seria previsível que uma situação destas pudesse ocorrer", sustentou o dirigente.

"É preciso averiguar as circunstâncias em que ocorreu o acidente, mesmo que não se verifique um grande derrame de combustível, como todos esperamos", concluiu Francisco Ferreira.

A APSS colocou, segunda-feira à noite, barreiras no Porto de Pesca de Setúbal, para impedir que o gasóleo eventualmente derramado pelo arrastão contamine as águas.

O "Mar Salgado", um arrastão de 22 metros de comprimento, carregado de cerca de 27 toneladas de gasóleo, voltou-se segunda-feira, cerca das 19:00.

Segundo revelou à Lusa o motorista da embarcação, Carlos Figueiredo, o navio tinha acabado de se abastecer de combustível e preparava-se para descarregar, durante a noite de segunda-feira, cerca de quatro toneladas de pescado na lota de Setúbal.

De acordo com a mesma fonte, o acidente poderá ter ocorrido devido ao facto de a embarcação se encontrar numa zona de fundos baixos, desconhecida da tripulação, e de, posteriormente, se ter verificado a baixa-mar.

A investigação às causas do acidente só será iniciada hoje, segundo o comandante da Capitania do Porto de Setúbal, Crispim de Sousa.

Hoje, a capitania vai também contactar o proprietário e a APSS.

O "Mar Salgado" está matriculado em Aveiro e é propriedade da Sociedade Lisbonense Pesca do Bacalhau Limitada.

O navio, de 113 toneladas, tem sete tripulantes mas só quatro deles estavam a bordo, quando o navio adornou, mas escaparam ilesos.

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