Produção de cacau garante o rendimento de milhares de famílias rurais em São Tomé e Príncipe

por Antena 1

Foto: Kyle Hinkson na Unsplash

Hoje é Dia Mundial do Cacau, a principal matéria-prima para a produção de chocolate, sendo um dos principais produtos de exportação de São Tomé e Príncipe, garantindo o rendimento de milhares de famílias rurais do pequeno país africano.

Os agricultores do arquipélago conhecido como "as ilhas do Cacau e do Chocolate" apostam cada vez mais na produção do Cacau biológico e na transformação do produto a nível local.

O jornalista Josimar Afonso da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe, em serviço especial para a RDP África apresenta-nos o retrato desta sociedade.

Cacau: Um cultivo difícil e sensível a mudanças climáticas
Sabia que o cacaueiro (Theobroma cacao) é uma árvore nativa de ecossistemas tropicais, proveniente da amazónia e só cresce em climas húmidos? É por esta razão este tipo de cultura pode ser encontrada a dez graus acima ou abaixo da linha do Equador.

A produção é pouco sofisiticada e cerca de 90 por cento vem de pequenas fazendas familiares com necessidade de mão de obra intensiva. Os frutos não amadurecem todos ao mesmo tempo, e é preciso monitorar as árvores constantemente.

Segundo a ONG Make Chocolate Fair (Torne o Chocolate Justo, em tradução livre), o cacaueiro dá frutos o ano todo, e é necessária a produção inteira de uma árvore para produzir meio quilo de cacau.

Esta planta que dá origem ao tão delicioso chocolate está em risco. Devido à extrema sensibilidade a pequenas alterações no clima, as atuais mudanças climáticas impactam a indústria como um todo.

Um recente relatório da Universidade da Califórnia prevê que "mudanças climáticas reduzirão significativamente as terras adequadas para o cultivo do cacau nas próximas décadas".

E a acrescentar a esta questão o cacaueiro é ainda sujeito a muitas pragas, sendo basicamente uma planta selvagem.

No seu habitat natural, a bacia amazónica, as árvores "aprenderam" a lidar com patógenos desta área, mas a introdução da árvore em África, por colonizadores europeus no século XIX, mudou essa adaptação natural.
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