País
Ricardo Salgado vai a julgamento por 65 crimes
Ricardo Salgado, antigo líder do Banco Espírito Santo, vai a julgamento por 65 crimes incluindo corrupção no âmbito do processo BES/GES. O ex-banqueiro vai a julgamento nos "exactos termos da acusação".
Ricardo Espírito Santo Salgado irá a julgamento nos "exactos termos da acusação", de acordo com a decisão comunicada ao início da tarde pelo juiz Pedro Santos Correia. Vai responder por 65 crimes, entre os quais corrupção activa, associação criminosa e branqueamento de capitais. Dos 25 arguidos do processo, cinco deles não irão a julgamento.
A decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal (Lisboa) de levar o ex-banqueiro a julgamento por 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento, acontece nove anos após a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), que terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Numa breve leitura da decisão instrutória, sem sequer enumerar os crimes em causa, o juiz Pedro Santos Correia validou quase na íntegra os crimes pelos quais os 25 arguidos vinham acusados. Introduziu apenas pequenas alterações, deixando cair alguns crimes de infidelidade em relação a três arguidos, por prescrição e lapso da acusação, e deixou de fora o arguido José Manuel Espírito Santo, que morreu entretanto.
Numa breve leitura da decisão instrutória, sem sequer enumerar os crimes em causa, o juiz Pedro Santos Correia validou quase na íntegra os crimes pelos quais os 25 arguidos vinham acusados. Introduziu apenas pequenas alterações, deixando cair alguns crimes de infidelidade em relação a três arguidos, por prescrição e lapso da acusação, e deixou de fora o arguido José Manuel Espírito Santo, que morreu entretanto.
O juiz Pedro Santos Correia decidiu prosseguir com a leitura da decisão instrutória do processo BES/GES, depois de a sessão ter sido suspensa para verificar a eventual falha de notificação do arguido Etienne Cadosh.
Por considerar que não estão postos em causa os direitos dos arguidos não notificados, com representante legal na sala, e por haver outros interesses e direitos em questão, o juiz de instrução decidiu "pelo prosseguimento da presente diligência".
A sessão tinha sido interrompida cerca das 14:30, logo após a entrada na sala do juiz Pedro Santos Correia, a quem foi comunicado pela defesa de Cadosh a falta de notificação do arguido que reside na Suíça.
No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado. Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.
Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
c/ Lusa