Roubos no cemitério visam mercado negro do cobre e do bronze
Braga, 06 Fev (Lusa) - O cemitério de Braga foi vandalizado na noite de segunda para terça-feira, com dezenas de sepulturas destruídas e vários objectos de culto religioso furtados, num acto que poderá estar relacionado com o "negócio do cobre e bronze".
Uma fonte autárquica disse hoje à Lusa que os alvos principais dos vândalos foram os suportes dos candeeiros, em cobre e em bronze, "o que leva a crer" que o objectivo foi o furto daquele metal, para posterior venda no chamado "mercado negro".
A mesma fonte acrescentou que o cemitério de Braga, situado na freguesia de S. Victor, já tinha sido alvo de outros "ataques" do género, pelo que "há alguns anos" foi reforçada a segurança no local, nomeadamente através da colocação de arame farpado nas grades de vedação e da subida da altura de parte do muro.
"Pelos vistos, esse reforço não foi suficiente", acrescentou a fonte, admitindo que, no assalto desta semana, os vândalos terão escalado o muro, já que não foram detectados quaisquer indícios de arrombamento do portão de entrada.
Fonte da PSP de Braga disse à Lusa que, até ao momento, apenas foi apresentada naquele comando uma queixa relacionada com este assalto, por parte da proprietária de uma sepultura.
Outra fonte policial disse à Lusa que um quilo de bronze pode render, no mercado negro, entre 60 e 100 euros.
Um valor cerca de 20 vezes superior ao que os receptadores pagam pelo cobre e mais de 200 vezes superior ao que estão dispostos a desembolar pelo ferro fundido.
"Por isso, os larápios estão-se agora a virar para o furto de bronze, nomeadamente nos cemitérios e durante a noite, onde podem operar com muito mais à vontade", acrescentou a fonte.
Os alvos são, essencialmente, os candeeiros e respectivos suportes, "extremamente fáceis de retirar", enquanto que os crucifixos quase nunca são levados, por exigirem a utilização de ferramentas de corte, "com o que isso significa em termos de barulho e de tempo".