Secretária de Estado da Saúde garante início construção hospital do Algarve até 2009

por Agência LUSA

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, garantiu hoje no Parlamento que a construção do novo hospital do Algarve vai iniciar-se até ao final da legislatura, ou seja, até 2009.

"A construção do hospital é uma certeza e posso garantir que a sua construção vai avançar ainda nesta legislatura", assegurou a secretária de Estado, respondendo ao deputado do PSD Mendes Bota, numa sessão plenária dedicada a perguntas ao Governo.

O ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou recentemente que o Governo só encontrava justificação para avançar a curto prazo com cinco dos dez novos hospitais previstos pelo executivo anterior, deixando de fora o do Algarve.

Os cinco hospitais para os quais o Ministério disse ter encontrado justificação foram os de Loures, Cascais, Braga, Vila Franca de Xira e o equipamento final e gestão do Centro de Medicina Física e Reabilitação de São Brás de Alportel.

De fora ficariam as unidades de Vila Nova de Gaia, Vila do Conde/Póvoa do Varzim, Guarda, Évora e o Hospital Central do Algarve.

No entanto, dias depois, o primeiro-ministro, José Sócrates, assegurou que o Governo iria cumprir a promessa eleitoral de construir o novo hospital do Algarve, embora sem avançar com calendários.

Em conferência de imprensa no Parlamento, também o CDS-PP criticou esta decisão do Governo, acusando o executivo de privilegiar Lisboa em matéria de saúde e esquecer "o Norte, o interior e o Algarve", devido à suspensão da construção dos hospitais afectar sobretudo estas regiões do território nacional.

"Quais são os projectos congelados, atrasados, adiados? Precisamente os que servem as populações mais necessitadas e mais distantes dos cuidados de saúde", criticou o deputado António Pires de Lima.

"A saúde, para este Governo, resume-se a Lisboa e o resto é paisagem", acusou o deputado eleito pelo círculo do Porto, lembrando que na zona circundante à capital serão construídos três novos hospitais (Cascais, Loures e Vila Franca de Xira).

Para o CDS-PP, esta situação representa "uma discriminação do restante território nacional e, sobretudo, do distrito do Porto", para onde estava previsto o lançamento de duas novas unidades hospitalares a partir de 2006.

"A esta suspensão/cancelamento dos hospitais de Vila Nova de Gaia e Póvoa do Varzim, junta-se a decisão leviana e injustificada de suspender o centro materno-infantil do Norte nos terrenos junto ao Hospital de São João", criticou Pires de Lima, lembrando que este tipo de equipamento já existe em Lisboa e em Coimbra.

O ministro da Saúde, Correia de Campos, justificou na altura esta decisão com a forma como o processo foi conduzido pelo seu antecessor, Luís Filipe Pereira, alegando que o Ministério teria de financiar em mais de 60 por cento (2,5 milhões de euros) a construção de um bairro social pela Câmara Municipal do Porto.

Na sessão de perguntas ao Governo que decorreu hoje de manhã no plenário, também a situação do centro materno-infantil foi abordada, com PSD, PCP e CDS-PP a criticarem a decisão do executivo de adiar este projecto previsto há mais de 20 anos.

Na resposta, a secretária de Estado Carmen Pignatelli não deixou qualquer garantia quanto à sua concretização no futuro.

"A opção pela construção do centro junto ao Hospital de São João não tem parecer técnico favorável e não temos verbas para levar a cabo esta construção", afirmou.

pub