André Pestana demite-se do Movimento Alternativa Socialista

por RTP
Paulo Novais - Lusa (arquivo)

O líder do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), André Pestana, anunciou esta terça-feira, em comunicado, que se demitiu do Movimento Alternativa Socialista (MAS).

“Após mais de 10 anos de militância no MAS (Movimento Alternativa Socialista), que ajudei a fundar, verifico hoje que um grupo lançou uma ação destrutiva contra a liderança histórica do partido e contra militantes que têm estado na primeira linha das grandes lutas laborais, o que me leva a concluir, com tristeza, que no momento atual, este já não é o espaço onde me sinto útil para lutar por um país/mundo mais justo, por isso demito-me do MAS”, lê-se no comunicado ao qual a RTP teve acesso.

O líder do S.TO.P. tem sido alvo de várias críticas por estar associado ao movimento da extrema-esquerda, uma vez que o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação se pauta pela sua independência político-partidária.

No comunicado, André Pestana defende que quando fundou o S.TO.P., em 2018, nunca permitiu que este “deixasse de ser apartidário”, apesar de pertencer ao MAS.

“Precisamente pelas más experiências que tive em alguns dos partidos anteriores que viam o sindicalismo como correia de transmissão e controlo partidário, fui um acérrimo defensor dessa independência e apartidarismo do S.TO.P.”, defende André Pestana.

“Que me perdoem os mais distraídos mas tudo o que fazemos (e mesmo o que não fazemos) em sociedade é política. Defender a Escola Pública, a Saúde Pública, um planeta ecologicamente sustentável, o direito à greve e à manifestação, lutar contra a precariedade, o racismo, o machismo, a LGBTfobia, as diferenças crescentes entre os muito ricos (meia dúzia) e os muito pobres (muitos milhões de seres humanos), lutar pelo bem comum, etc. tudo é política”, argumenta Pestana no comunicado.

André Pestana promete continuar a centrar-se “na defesa da Escola Pública e no reforço de um sindicalismo independente, democrático e combativo”.

“Durante os próximos meses continuarei a refletir, pela primeira vez como adulto de forma individual, como poderei contribuir para um país/mundo mais justo e sustentável. Não aceito que a extrema-direita seja vista erradamente como a única alternativa ao centrão (PS/PSD) que temos tido e à geringonça (PS/PC/BE), quando precisamente aí foram realizados os maiores ataques ao direito à greve desde o 25 de abril”, afirma.

André Pestana foi o principal rosto impulsionador das manifestações de professores. Natural de Coimbra, passou pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP), pelo Bloco de Esquerda e foi um dos fundadores do Movimento Alternativa Socialista.
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