Começando por evocar uma Celeste Caeiro "abandonada na urgência de um hospital", o líder do Chega acusou uma democracia que transformou a "corrupção fechada" em "corrupção aberta", alegando que os portugueses "sabem e sentem que têm uma classe política corrupta".
"Tornámo-nos um país em que os portugueses sabem e sentem que têm uma classe política corrupta ou corrompida, capaz de vender os seus interesses de decisão do país por interesses que são de terceiros. E era isto o que Abril deveria ter resolvido. Porque se é verdade, como dizia o deputado António Filipe, que foram anos e anos de corrupção, o que dizer dos 50 que lhes seguiram? Que a uma corrupção fechada transformou numa corrupção aberta", atirou.
O líder do Chega começou o seu discurso por lembrar Celeste Caeiro, alegando que a mulher que distribuiu os cravos pelos militares "morreu abandonada na urgência de um hospital à espera de ser atendida".
Para Ventura, Celeste é um "exemplo das Celestes do país inteiro" que "morrem nas urgências", enquanto "chegam a um posto dos correios e veem tudo a sacar subsídios menos eles e os seus filhos".
O líder do Chega abordou ainda as críticas às forças de segurança para lembrar o assassinato de um jovem em Braga, acrescentando que, quando um caso como esse acontece, "ninguém mexe uma palha neste país para o defender".
Ventura lembrou também os retornados das antigas colónias, bem como os combatentes portugueses da guerra colonial, acrescentando que, enquanto o Chega estiver no parlamento, o país "nunca pagará um cêntimo de indemnização a nenhuma antiga colónia deste país".
No fim, André Ventura citou Salgueiro Maia para dizer que o "25 de Abril não se celebra, o 25 de Abril cumpre-se", afirmando que o Chega é que irá cumprir o propósito da revolução.
c/ Lusa