Costa acusa Passos de ignorar promessas antigas

por Joana Machado, Pedro Mateus, Carlos Felgueiras

Foto: Tiago Canhoto - Lusa

António Costa acusa Passos Coelho e Paulo Portas de fazerem promessas novas sem terem cumprido as antigas. O líder socialista considera que o programa eleitoral da coligação é um saco cheio de palavras, que mantém a austeridade.

Passos Coelho ainda falava, quando António Costa começou a reagir. No Chiado, o secretário-geral socialista apontava farpas ao recém-apresentado programa da coligação Portugal à Frente, começando desde logo pela forma: o slogan escolhido pela maioria.

"Ao ver aquele slogan de Portugal Pode Mais, eu até julgava que estavam a dizer Portugal Deve Mais", sublinhando que o Governo não conseguiu reduzir a dívida pública.

Na apresentação do programa da coligação, Paulo Portas tinha defendido que o PS devia um pedido de desculpas aos portugueses. Os socialistas responderam prontamente.

"Os portugueses, a quem não desculpam, é mesmo a este Governo. Não desculpam pelas mentiras que contou na anterior campanha eleitoral", apontando ainda críticas à forma como o executivo foi "além da troika".

António Costa disse ainda que o Governo "deveria acender uma velinha à Constituição e uma segunda velinha ao Tribunal Constitucional", apontando que o país estaria pior se os juízes do Palácio Ratton não tivessem chumbado algumas das medidas apresentadas pelo Governo.

O líder socialista discursou num encontro do grupo Portugal XXI em Lisboa, tendo voltado a sublinhar que é preciso mudar de receita e deixar de lado a austeridade. António Costa acusou ainda o Governo de radicalismo ideológico e disse que, depois de ter privatizado empresas, a coligação quer atacar os serviços, a começar pela Segurança Social.
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