Líder do PS foi ao Porto apoiar Manuel Pizarro, o candidato que não é "portuense de ocasião"

É uma das grandes incógnitas da noite eleitoral, mas o secretário-geral do PS acredita que, no Porto, a vitória não foge aos socialistas. E, foi junto ao Mercado do Bolhão, no coração da Invicta, que José Luís Carneiro voltou a mostrar-se "confiante" num bom resultado.

João Alexandre /

Foto: Tiago Petinga - Lusa

"Eu sou autoconfiante, mas, o que eu espero é que o [Luís] Montenegro não volte a fazer um Conselho de Ministros aqui no Bolhão. Isso é que eu espero que não volte a fazer", disse, para início de conversa, no arranque de mais uma ação de campanha - e numa referência à reunião do Conselho de Ministros que o Governo realizou, em abril, no Porto, antes das eleições legislativas e, entende o PS, como rampa de lançamento para a candidatura do ex-ministro Pedro Duarte à Câmara Municipal do Porto.

Quanto ao resultado de domingo, o líder do PS acredita que pode dar à direção socialista uma dupla vitória "fundamental" para as ambições socialistas: em Lisboa e no Porto.

"Ganhar o Porto e ganhar Lisboa é um objetivo político fundamental e a minha perceção hoje, três meses depois de ter chegado à liderança do PS, é que há um amplo movimento da sociedade civil que tem no PS uma casa comum, mas que está muito para além do PS", disse.

Ao longo da curta arruada junto ao Bolhão, José Luís Carneiro acompanhou o candidato Manuel Pizarro nalgumas conversas e interações com potenciais eleitores, a quem o ex-ministro da Saúde foi pedindo para que no domingo o voto "não falhe".

E, foi durante uma pausa para café que, em conversa com os jornalistas, Manuel Pizarro adiantou que, caso vença, está disponível para o diálogo: "Dialogamos com toda a gente no Porto, incluindo políticos partidos à nossa esquerda. Nós temos uma ideia para o Porto que é uma ideia moderada, de uma mudança tranquila".

Carneiro sugere que votos à esquerda do PS não são "indispensáveis" para vencer no Porto

Já quanto à decisão de não avançar para uma coligação - ao contrário do que acontece em Lisboa - o candidato justificou com as diferenças programáticas, enquanto José Luís Carneiro acrescentou: "No caso do Porto, [os votos dos partidos mais à esquerda] não são indispensáveis para ganhar as eleições".

No final da curta ação de rua a dois - até porque o candidato Manuel Pizarro prosseguiu pelas ruas do Porto -, Manuel Pizarro agradeceu a presença do "portuense" líder socialista, a quem garantiu que, até ao final da campanha, tudo fará para conseguir o maior número de votos, e atirou uma farpa com destino ao principal adversário, o social-democrata Pedro Duarte.

"A minha relação com o Porto é uma relação de longo prazo. Vem de longe e vai para longe. Eu sou sempre um homem do Porto, sempre com os dois pés no Porto. Eu não sou um portuense de ocasião", rematou.
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