Manuel Pinho simulou chifres na direcção de Bernardino Soares

por RTP
O ministro sustenta que continua com condições para permanecer no Governo AR/TV

O ministro Manuel Pinho teve um gesto que marcou o ano parlamentar, quando durante o debate do "Estado da Nação", na bancada do Governo, colocou os dedos indicadores na testa a simular chifres. O gesto dirigia-se ao líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, durante uma intervenção do Bloco de Esquerda sobre as minas de Aljustrel. O ministro considera que foi um "excesso".

O gesto aconteceu depois de Bernardino Soares dizer, num aparte, que Manuel Pinho esteve em Aljustrel "a passar um cheque" à equipa de futebol.

O ministro entregou um cheque de cinco mil euros em nome da EDP ao Sporting Clube Mineiros, onde foi homenageado.

Após o incidente, Francisco Louçã telefonou ao ministro dos Assuntos Parlamentares a dar conta do episódio. O coordenador do Bloco de Esquerda considera que este é um "gesto inaceitável" e mostrou-se disposto a aceitar qualquer pedido de desculpas.

Augusto Santos Silva desvalorizou o incidente dizendo que em todos os debates há momentos quentes.

O ministro da Economia saiu da sala do plenário depois do gesto e justificou o acto. "Excedi-me, pedi desculpa". "Foi um caso muito difícil, foi um caso em que me envolvi muito, fiquei muito ofendido com afirmações que foram feitas", disse.

Manuel Pinho seguia acompanhado pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, e pelo ministro dos Assuntos Parlamentares.

O ministro considera que este episódio não vai inviabilizar as suas condições para continuar no Executivo. "Absolutamente, sobretudo, enquanto safar postos de trabalho como sucedeu", afirma.

"O caso das minas de Aljustrel era desesperado, estavam já só 100 trabalhadores, passámos noites sem dormir. Agora já mais de 200 postos de trabalho e ontem falei com os novos proprietários. Vai haver, penso, que 300 até ao final do mês, isso é que importa. Fico muito triste, muito triste quando se põe isso em causa e quando não se aprecia minimamente o trabalho que foi feito", explicou o ministro.

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