Ministério Público avança com queixa-crime contra revista Sábado por divulgação das escutas

O Ministério Público vai avançar com uma queixa-crime contra a revista Sábado pela divulgação das escutas telefónicas da Operação Infuencer.

RTP /
Foto: Filipe Silva - RTP

António Costa surge em quase 50 escutas da Operação Influencer. Só duas foram das escutas envolvendo o antigo primeiro-ministro e atual presidente do Conselho Europeu foram consideradas relevantes para a investigação.
O atual líder socialista, José Luis Carneiro, também foi apanhado nas intercepções telefónicas da investigação do processo Influencer.

Também o movimento Manifesto dos 50 condenou, esta quarta-feira, a divulgação das escutas que envolveram o ex-primeiro-ministro, alertando para o impacto negativo na credibilidade das instituições e pedindo esclarecimentos ao procurador-geral da República.

O movimento cívico com intervenção na área da Justiça disse, num comunicado, que repudia e condena "a flagrante violação do segredo de justiça", na sequência da divulgação das conversas de vários arguidos da Operação Influencer com António Costa - que não é arguido -, pela revista 'Sábado'.

"As quebras do segredo de justiça, com divulgação mediática, boicotam a investigação e atropelam de forma grosseira os mais elementares direitos dos cidadãos", lê-se no comunicado. 

Neste caso, a divulgação de escutas oferece "gratuitamente à curiosidade pública, factos sem relevância criminal e que pertencem, ou ao foro da governação e do Estado, ou à reserva da vida privada dos escutados".

A divulgação do conteúdo das escutas tem ainda como consequência, admitiu o Manifesto dos 50, "um efeito demolidor sobre a credibilidade das instituições democráticas", ao mesmo tempo que promove "o crescimento dos movimentos populistas". 

O Manifesto dos 50, que integra figuras como os ex-presidentes da Assembleia da República Augusto Santos Silva e Eduardo Ferro Rodrigues, pediu ao procurador-geral da República, Amadeu Guerra, que assuma as suas responsabilidades institucionais, "dando conta pública das iniciativas que empreendeu e do seu andamento e resultado", considerando também que cabe ao Presidente da República "garantir o regular funcionamento das instituições democráticas".


C/Lusa
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