PS considera que rasgar memorando seria "desastroso" e "irresponsável"

por Antena1 com Lusa

O dirigente socialista Alberto Martins manifestou-se hoje disponível para um diálogo com o PCP, mas criticou os comunistas por fazerem do PS "o inimigo" e salientou que há "regras constitucionais" para as mudanças de governo.

A posição de Alberto Martins, membro do Secretariado Nacional, foi
transmitida após a sessão de encerramento do XIX Congresso do PCP, que hoje terminou em Almada.

"Entendemos que o PCP é um partido democrático, que se deve situar
no arco do diálogo institucional e constitucional. O PS está disponível
para o diálogo, mas rejeita e acha errada a política do PCP de fazer do
PS o seu inimigo", declarou.

O ex-ministro da Justiça traçou ainda outra linha de demarcação face
aos comunistas.

"O PS defende uma mudança política com responsabilidade. Pensamos que a ideia de rasgar o memorando da 'troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) seria errada para Portugal, já que o país deixaria de ter o apoio financeiro necessário para resolver os problemas", sustentou.

Alberto Martins, porém, disse que o PS "está de acordo que, em diálogo, tudo deve ser feito para mudar esta política recessiva, esta ditadura da austeridade, que prejudica o povo português, aumentando o desemprego e não criando condições para o crescimento".

"Exige-se uma nova consciência coletiva, uma nova legitimação e uma
mudança estrutural da política no quadro europeu", disse.

Alberto Martins voltou a também a demarcar-se da exigência do Bloco
de Esquerda e do PCP para uma imediata demissão do Governo PSD/CDS.

"A demissão do Governo é uma questão que se situa no quadro constitucional. Há regras constitucionais em Portugal para as alterações do Governo. Não podemos esquecer que o PCP contribuiu para e entrada em funções deste Governo", disse, numa alusão aos episódios que conduziram ao fim do segundo executivo liderado por José Sócrates.


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