Sondagem da Universidade Católica. AD descola do PS e dissipa-se o cenário de empate técnico

por Rachel Mestre Mesquita, Carlos Santos Neves - RTP
Nuno Patrício - RTP

PSD e CDS-PP ganham terreno face ao PS e o anterior cenário de empate técnico dá lugar ao de uma vitória da AD, indica a mais recente sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público. Com 32 por cento, a coligação soma três pontos desde março, ao passo que os socialistas recuam de 27 para 26 por cento. O Chega figura em terceiro lugar com 19 por cento, num crescimento de dois pontos. A menos de três semanas das eleições legislativas de 18 de maio, os indecisos são 15 por cento.

Apuradas as intenções de voto, a estimativa de resultados eleitorais aponta então para 32 por cento da Aliança Democrática, um aumento face a uma sondagem do mês passado, a última realizada pelo CESOP, quando alcançava os 29 por cento.

Isto ao contrário do Partido Socialista, que parece estar a resvalar, obtendo um resultado de 26 por cento, menos um ponto percentual do que no mês passado.

O Chega obterá 19 por cento dos votos, mais dois pontos percentuais do que em março.

a Iniciativa Liberal, apontada como quarta força política nesta estimativa, recua nas intenções de voto dos portugueses com seis por cento - em março foram oito por cento. Seguem-se o Livre, com uma previsão de cinco por cento, semelhante à da última sondagem, um ligeiro aumento para a CDU, com quatro por cento - em comparação com os três por cento em março - e recuos para o Bloco de Esquerda, com três por cento, contra os anteriores cinco por cento, e PAN, com um por cento (dois por cento na anterior sondagem).

Estima-se ainda quatro por cento de votos brancos, nulos ou noutros partidos.


A sondagem aponta para 15 por cento de indecisos, igualando a anterior percentagem. À pergunta “Qual a possibilidade de alterar o seu sentido de voto até ao dia das eleições?”, apenas 56 por cento disseram já não mudar, enquanto 44 por cento não fecham totalmente a porta a essa possibilidade.

Ainda relativamente à firmeza no voto, a percentagem difere expressivamente de partido para partido. Por exemplo, apenas 15 por cento dos inquiridos que responderam votar no Livre “já não mudam”, enquanto dos que tencionam votar na CDU a percentagem sobe para 76 por cento.“Partidos como o Livre, o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal ou o PAN estão muito mais expostos a alterações do que forças partidárias como a CDU, a AD ou o PS”, refere o CESOP.

Segundo a última análise do Centro Estudos e Sondagens de Opinião, “não são apenas os indecisos que ainda se podem decidir, mas também muitos dos decididos que ainda poderão mudar de ideias”.

O que seria melhor para o país?
A maioria dos inquiridos acredita que um governo apoiado por PSD, CDS, PPM e outros partidos à direita seria o melhor para o país como resultado das eleições de 18 de maio (26 por cento). De acordo com a sondagem, um executivo apoiado pelo PS e partidos à esquerda é a segunda opção preferida (18 por cento). No entanto, 17 por cento dos inquiridos não sabem ou não respondem.

Dos entrevistados com intenção de voto na AD, 46 por cento acreditam que um governo de maioria absoluta liderada pelo PSD seria a melhor país, contra 38 por cento dos inquiridos com intenção de voto no PS que acreditam num governo de maioria absoluta socialista como a melhor solução para Portugal.
Quem deve governar?

Se não houver uma maioria absoluta, quem deve governar? Para 56 por cento dos portugueses inquiridos, deve ser o “partido mais votado”, ao passo que para 37 por cento que responderam à questão deve ser “quem conseguir apoio maioritário no Parlamento”.

Dos restantes sete por cento, seis por cento disseram não saber e um por cento não responderam.

Luís Montenegro visto como melhor primeiro-ministro

Relativamente à última sondagem, o atual primeiro-ministro ganha também terreno ao secretário-geral do PS quando os inquiridos são questionados sobre “quem seria o melhor” chefe de governo, “independentemente” de “preferências partidárias”.

Quarenta e sete por cento escolhem Luís Montenegro, contra 29 por cento que designam Pedro Nuno Santos. Vinte e quatro por cento não sabem ou não respondem.

Na última auscultação, 40 por cento consideravam Montenegro o melhor líder político para o cargo de primeiro-ministro e 21 por cento apontavam Pedro Nuno. Trinta e nove por cento não sabiam ou não respondiam.
Previsão de vitória
À pergunta sobre “qual será o partido com mais votos”, sem ter em conta “preferências partidárias”, 58 por cento dos inquiridos nesta sondagem da Universidade Católica estimam que será a AD a vencer as legislativas de 18 de maio. O PS surge a uma distância significativa, com 21 por cento das previsões de vitória.

Seis por cento consideram que será o Chega o partido mais votado. Um por cento dos inquiridos apontam outras forças políticas e 14 por cento não sabem ou não respondem.

Em fevereiro do ano passado, 41 por cento dos inquiridos designavam a AD como a formação capaz de reunir mais votos, 38 por cento o PS, quatro por cento o Chega e 0,3 por cento outros partidos.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP-Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 21 e 24 de abril de 2025. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1215 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 21% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 26%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1215 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

*Foram contactadas 4754 pessoas. De entre estas,1215 aceitaram participar na sondageme responderam até ao fim do questionário.
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