Estórias da História

Palácio de Fronteira

Episódio 1 de 4

A restauração, no primeiro dia de Dezembro de 1640, encontrou prisioneiro no forte de S. Julião da Barra um fidalgo de nome D. Fernando Mascarenhas, cujo pai acompanhou D. Sebastião na jornada de África. E é o paço desta ilustre família que vamos visitar. Situado em S. Domingos de Benfica, é o mais acabado exemplo das ricas e opulentas casas nobres desse tempo. A sua edificação deve-se a D. João de Mascarenhas, que se cobriu de louros na guerra da restauração e desejou que nessa casa de campo ficasse a lembrança dos seus feitos.

Duzentos anos após a perseguição que lhes foi movida no reinado de D. José pelo seu parentesco com os Távoras, a família Mascarenhas abriu os jardins do seu palácio a várias personalidades do movimento oposicionista à ditadura salazarista que, a pretexto da arte da cultura e dos saraus musicais se reuniam para discutir as várias vias para a democracia. Por lá passaram Maria Barroso, Jorge Sampaio, Francisco Sousa Tavares, Isabel do Carmo, e outros.

Depois do 25 de Abril, esta propriedade de D. Fernando de Mascarenhas foi ocupada e o Marquês exilou-se, julgando que nunca mais voltaria ao seu país.

A revolução começava a comer os seus próprios filhos.