Planeta Azul
URÂNIO EM PORTUGAL (O 4º.CAVALEIRO
A Beira Alta é uma das regiões naturalmente mais radioactivas da Europa Ocidental.
A juntar a essa radioactividade natural, o homem, ao explorar 59 filões de urânio alterou a presença natural do minério no terreno e criou graves problemas ambientais.
Em nove dessas minas foi usado o método de lixiviação que consistia em corroer a rocha com milhares de metros cúbicos de ácido sulfúrico ao longo de décadas. Tudo isso ficou no ambiente.
Abandonada a exploração do urânio, hoje, as minas são crateras abandonadas sem qualquer vigilância.
Nas escombreiras das minas recolhem-se areias e britas para construção e há quem aproveite as águas para nadar e regar.
Na Urgeiriça, o coração da indústria urânifera, as águas não são tratadas correctamente. Umas vazam para o ribeiro do Pantanha sem tratamento, outras passam pelo sistema de circulação das águas mas este sistema tem falhas e as águas contaminadas vão parar ao Mondego, às cidades de Coimbra e Figueira-da-Foz, para além de outras pequenas povoações.
O sistema de controlo da radioactividade nas águas não existe. As entidades responsáveis não encontram razão para executar as análises.
É um sério problema de saúde pública na região centro do país.
Apesar do número de cancros ser três vezes superior à média nacional no distrito da Guarda, o problema nunca foi encarado.
Não existem estudos para determinar a presença de radioactividade nem para avaliar o impacto da exploração do urânio na saúde pública.
O jornalista António Marques e a equipa do "Planeta Azul" erguem a cortina sobre este tema-tabú em Portugal.
Ficha Técnica
- Título Original
- Planeta Azul
- Intérpretes
Coordenação de Pedro Oliveira
Apresentação de Sílvia Alves- Ano
- 2002
- Duração
- 30 m minutos
- Série
- II