SAX AZUL

RED RODNEY

Episódio 10 de 0

Quando Red Rodney, em Novembro de 1974, participou numa organizada homenagem a Charlie Parker, incluída no 4º Festival de Jazz de Cascais, não previa naturalmente que, uma dúzia de anos mais tarde, seria chamado a colaborar nessa excelente revitalização da memória de Parker, a nível mundial, como foi a película de Clint Eastwood, intitulada precisamente com a alcunha do genial saxofonista: "Bird".

Rodney ( de seu verdadeiro nome Robert Chudnick), nasceu em Filadélfia. Ainda com 17 anos, trabalhava já num clube local, o Dowboat, ao lado de dois jovens que se chamavam precisamente Red Garland e "Philly" Joe Jones ( dois dos colaboradores do futuro fabuloso Quinteto de Miles Davis/Coltrane).

Foi nesse clube que, em conversa com Dizzy Gillespie, de visita a Filadélfia, ouviu pela primeira vez falar de Parker e da sua música. Num dos fins-de -semana seguintes acompanhou Dizzy a Nova Iorque e dirigiu-se ao Three Deuces onde "Bird" actuava então. "...Quando acabei de o ouvir tocar, eu já sabia o que queria fazer no resto da minha vida..." afirmou Red Rodney numa entrevista.

Red trabalhou entetanto com as formações de Gene Krupa, Buddy Rich e Woody Herman. Simultaneamente, frequenta os clubes na Rua 52, em Nova Iorque, onde fervilhava o amadurecimento do bebop. Em 1949, Charlie Parker convida-o a ocupar o lugar do trompetista do seu grupo, deixado vago por Miles Davis. Seguiu-se uma longa colaboração em concertos e sessões de gravação de discos.

De então para cá, Red Rodney prosseguiu a sua carreira e desenvolveu o seu estilo, sublinhando-se os álbuns que gravou ao lado de Ira Sullivan, de Charlie Rouse ou Dexter Gordon. No âmbito do Festival de Jazz num Dia de Verão, vamos assistir à actuação do quinteto de Red Rodney , composto por Dick Oat, no sax alto, Jay Anderson, contrabaixo, Greg Hutchinson, bateria e Gary Dial no piano.

Uma produção da Projazz /DM e da RTP- João Henrique