PRÓS E CONTRAS

O ESTADO DEVER EXERCER MAIOR CONTROLO SOBRE OS PROGRAMAS DE ...

Episódio 15 de 0 Duração: 1h30m min

A estreia dos novos programas "Bombástico" e "Eu Confesso", respectivamente da SIC e TVI, relançou o debate sobre os limites da Televisão em Portugal. Reality shows e encenações de verdade como "Vidas Reais" juntam-se ao conjunto que é alvo da crítica de inúmeras vozes e instituições nacionais. Morais Sarmento afirmou que irá intervir e o Conselho Superior de Magistratura já mostrou a sua indignação pelo "achincalhar da Justiça".
Há quem considere que a Televisão tem o dever de informar e entreter, que o telespectador é livre de escolher aquilo a que deseja assistir e que um regime democrático e liberal não pode voltar atrás no tempo com decisões de censura. Mas há também quem defenda que esta Televisão corrompe os portugueses, sobretudo os mais jovens, que lhes dá maus exemplos a seguir e que desrespeita, cada vez mais, o ser humano e as instituições.
Quando novos programas estão já prometidos, a luta pelas audiências televisivas tudo parece legitimar e condenações judiciais são acenadas, é urgente discutir a fronteira entre liberdade de expressão e informação e a tolerância da perversidade.
Argumentos Não:
- Em democracia, as televisões são livres de escolher a sua programação e o Estado não deve intervir - Devem ser os telespectadores a escolher a programação que querem ver
- Existe uma auto-regulamentação natural: os programas de qualidade sobrevivem; os maus desaparecem por si
- Os portugueses têm maturidade suficiente para decidir: não é necessário que decidam por eles
Argumentos Sim:
- A lógica do lucro que orienta os canais privados está a baixar consideravelmente o nível do audiovisual português
- Está-se a criar uma cultura anti-democrática quando se permite o insulto às instituições democráticas
- É necessário proteger os mais jovens de programas violentos e de má qualidade
- Liberdade não é sinónimo de ausência de fiscalização
- A televisão é um meio fundamental na educação e formação de uma sociedade: a intervenção do Estado, como aliás sucede noutras áreas, é fundamental
Convidados a debater o tema:
Augusto Santos Silva, Maria Elisa Domingues, Eduardo Cintra Torres, Maria Barroso, Vicente Jorge Silva, Telmo Correia