PRÓS E CONTRAS

PODEMOS CONFIAR NAS MEDICINAS ALTERNATIVAS?

Episódio 23 de 0 Duração: 1h30m min

As medicinas alternativas têm cada vez maior procura em Portugal. Estima-se que cerca de três milhões de portugueses tenham já recorrido a práticas como a acupunctura, homeopatia, osteopatia, entre outras.
Mas apesar de serem uma alternativa com uma implantação crescente no nosso país, estas práticas são exercidas num total vazio legal e sem fiscalização. Daí que o número de casos de fraude praticadas por charlatães seja também cada vez maior.
Esta situação está longe do que se passa em vários países europeus, nos quais as medicinas alternativas, ou não convencionais, como também são designadas, coexistem lado a lado com a medicina tradicional, nalguns casos inseridas nos respectivos sistemas nacionais de saúde, como se passa na Alemanha e Inglaterra.
No entanto, parece que os principais partidos políticos estarão agora de acordo para aproximar Portugal dos seus parceiros europeus: no passado dia 27 de Março dois projectos de lei de regulamentação do sector - um do PS e outro do BE - foram apresentados na Assembleia da República tendo sido aprovados na generalidade, graças ao voto favorável do PSD.
Argumentos pelo Sim:
- As medicinas alternativas são praticadas há séculos, essencialmente no Oriente, tendo toda a credibilidade.
- Também vários países europeus já regulamentaram estas práticas, tendo mesmo alguns inserido algumas medicinas alternativas no seu sisitema nacional de saúde.
- Não há razão alguma para a medicina tradicional e as medicinas alternativas se excluírem: elas deveriam complementar-se.
- Como em qualquer área profissional, também aqui existem bons e maus praticantes. O problema está no facto de a falta de regulamentação não permitir a fiscalização dando azo a um elevado número de fraudes.
Argumentos pelo Não:
- Estas práticas são perigosas e nunca poderão ter o mesmo reconhecimento da medicina tradicional.
- Não existe um levantamento da situação de facto em Portugal. Por isso, pode ter consequências graves estar a regulamentar uma área desconhecida.
- No caso de haver um certo reconhecimento da acupuntura, tal deve-se ao facto de tal ser considerado, não uma medicina alternativa, mas sim um acto médico.
Convidados para debater o tema: Pedro Choy, Francisco Varatojo, José Faro e Isabel do Carmo