PRÓS E CONTRAS

OS HOSPITAIS VÃO MELHORAR COM A GESTÃO PRIVADA?

Episódio 3 de 0 Duração: 1h30m min

As finalidades, objectivos e critérios de sucesso da gestão pública e gestão privada na Saúde são diferentes: de uma forma linear, a gestão pública do Estado visa prosseguir o interesse público, reduzindo os estados de doença; a gestão privada pretende maximizar o lucro dos investidores através da prestação de um serviço, neste caso de saúde, transformando o utente em cliente. A questão que se coloca é se o Estado deve ou não envolver entidades privadas na prestação de cuidados de saúde, e se é possível conciliar interesses empresariais com a prestação de um serviço de primeira necessidade para a população, tendo em conta que Portugal, à semelhança de outros países da Europa, rege-se pelo princípio de saúde gratuita e acessível para todos os cidadãos.
Argumentos Pró gestão privada dos hospitais:
- Os resultados da actual actuação dos hospitais não satisfazem as necessidades das populações e a gestão privada pode mudar este panorama para melhor.
- O Serviço Nacional de Saúde, tal como está, revela-se insuficiente, como o provam as longas esperas nas urgências dos hospitais, as já famosas listas de espera para operações ou a proliferação de clínicas e hospitais particulares a que tantos utentes recorrem, preferindo gastar mais e esperar menos.
- O Serviço Nacional de Saúde, em vigor há mais de vinte anos, está desfasado da realidade actual e pode ser positiva uma transição para modelos de gestão alternativos, envolvendo privados.
Argumentos Contra gestão privada dos hospitais:
- A resolução do problema do Sistema Nacional de Saúde não passa pela gestão privada, mas sim por um maior investimento nos hospitais e demais serviços de saúde.
- Os defensores da gestão pública consideram a actual política de gestão privada de hospitais públicos uma forma de privatização encapotada e uma ameaça ao Serviço Nacional de Saúde e ao princípio de que a saúde deve manter-se acessível a todos os cidadãos.
- A saúde não é um negócio mas um direito inalienável.
Convidados:
Francisco Louçã (deputado), Maria de Belém Roseira (deputada), Manuel Antunes (médico), Eduardo Barroso (médico), Pedro Dias Alves (administrador da holding José de Mello Saúde e presidente da Comissão Instaladora do Hospital Amadora-Sintra), Manuel Pedro Magalhães (médico e administrador do Hospital da Cruz Vermelha)