Gente de Paz
O Cálice de Falstaff
João Gonçalves Zarco foi o descobridor da Ilha da Madeira. "João Gonçalves", era nome; "Zarco", alcunha. A palavra "Zarco" referia-se a um defeito que o descobridor teria num olho: seria cego, ou vesgo. O certo é que os seus descendentes não gostaram do nome e trocaram-no por "Câmara". Os "Câmaras" são pois os descendentes do descobridor da Madeira.
O programa "O Cálice de Falstaff" da série "Gente de Paz" é sobre os descendentes de João Gonçalves e sobre a forma como fizeram o povoamento da ilha e enriqueceram.
Na altura o açúcar era um produto de grande valor. Só os ricos conseguiam adoçar os seus alimentos com açúcar e daí a indústria açucareira ser de alto rendimento. Com a introdução da cana do açúcar na Madeira, os primeiros povoadores começam a enriquecer, não só em dinheiro, mas também em obras de arte. É que vendiam o açúcar sobretudo aos flamengos que muitas vezes pagavam a mercadoria em obras de arte. Daí a razão por serem os Museus da Madeira tão ricos em pintura flamenga.
Um dos temas do programa é então a arte da Flandres na Madeira. E uma coisa muito curiosa é que o programa foi transmitido a preto e branco mas filmado a cores e então possível, hoje, pela primeira vez, ver a riqueza do colorido dos tais quadros flamengos.
Mas nem só de açúcar e de Flamengos vive este trabalho da série "Gente de Paz". Há também o vinho. E, no seu estilo inconfundível, o professor Saraiva fala da curiosa história do Duque de Clarence que morreu (com certeza por vontade própria) afogado numa pipa de vinho malvasia, o famoso vinho da Madeira. Morreu bêbado, mas feliz.
Mais um excelente programa de um dos grandes comunicadores da nossa televisão, filmado (a cores) na Pérola do Atlântico. Um programa que merece ser visto enquanto se saboreia um belo copo de vinho da Madeira.
Ficha Técnica
- Título Original
- Gente de Paz
- Intérpretes
- José Hermano Saraiva
- Autoria
- José Hermano Saraiva
- Ano
- 1979
- Duração
- 30 minutos
- Série
- 2